Terça, 19.
O que eu previa parece estar a acontecer.
Se devido a uma montanha de atitudes xenófobas ou outras, começarem a aparecer
os Zés Ninguém fazendo justiça pelas suas próprias mãos, o terror
multiplicar-se-á sem controlo por todo o lado. Desenquadrados, por assim dizer,
de estruturas ideológicas, religiosas ou políticas, esses abandonados do
destino, rejeitados em todo o lado onde a guerra e a fome os ancorou, fragilizados
enquanto os países se aproveitam deles como mão-de-obra barata, frustrados nos
seus sonhos e fantasias, abandonados à sua sorte como coisa improfícua que
ninguém deseja, é natural que a raiva faça deles criminosos e os leve a limites
desesperados. Foi o caso do tunisino em
Nice, é agora o caso do rapaz afegão que feriu vários passageiros de um comboio
à machadada no sul da Alemanha. Foi morto pela polícia. Tinha apenas 17 anos.
- Temos o Pinguim entre nós. Hollande (moi president) deixou a França para se distender um pouco por Portugal
onde o sol é rei, as praias mais que muitas, a comida uma tentação, o povo
sereno e o seu Presidente o único homem feliz. Não se percebe para além disto
que veio o homem cá fazer. Mas de certeza os socialistas dir-nos-ão paletes de
interesses indispensáveis ao nosso triste viver.
- Almocei no Corte Inglês. A ementa mudou e o serviço ficou ao nível de
uma tasca elegante. Os preços, claro, aumentaram. Fizeram mudanças no restaurante
de cima, criaram uma enorme esplanada no terraço, mas... nenhum freguês se
habilitou a enfrentar a torreira do sol.