Terça, 23.
Estranho, estranhíssimo sonho ao raiar da
manhã. Talvez devido às preocupações com o meu romance, foi a Maria Barroso que
decido pedir que intercedesse junto de algum editor. Ela pede-me um tempo para
ler O Rés-do-Chão de Madame Juju. Dois
dias depois telefona-me a dizer que o meu trabalho a entusiasmou a um ponto tal
que já falou com dois editores recomendando-lhes a obra. Acordo, risonho e
cheio de confiança no futuro. As primeiras orações da manhã, foram por ela em
jeito de agradecimento.
- O Orçamento como se esperava passou com os votos de PCP e do BE. Eu
até compreendo a opção do ministro das Finanças e em certo sentido gostaria que
as coisas corressem bem para provar aos tecnocratas de Bruxelas que há mais
mundos para além dos manuais traçados numa folha Excel. Mas tenho dúvidas. Acho
que o dinheiro não é elástico e dentro em breve estamos todos metidos numa grande
alhada. A despesa pública não desce, os funcionários reclamam isto e aquilo,
todo o mundo pensa que estamos ricos, esquecendo-se que ricaços só José
Sócrates e a equipa de políticos que escolheu governar governando-se. Depois,
não me esqueço do que me dizia e empresariado que conheci de muito perto.
Segundo eles quando ganhavam dinheiro à tripa-forra era com o PS no Governo. Acresce
que o PCP e o BE (este mais acomodatício), não se vão manter de braços cruzados
quando o PS cair na real e começar a pôr em prática o manual de Passos Coelho
ou da troika ou de Bruxelas.