Domingo, 7.
Prossigo, como diziam os romanos, o labor limae. Os dois capítulos que reli,
encheram-me de alegria. Há coisas muito bem urdidas no romance e não devo ter
pejo em o afirmar. Já existe um certo distanciamento para me dar a sensação de
que aquilo não é meu. O recorte das
personagens principais é um achado criativo em toda a linha. É tão relevante
que me leva a imaginar ter sido encomendado a dois ou mais escritores. Por
outro lado, os diversos planos narrativos que vão sendo tecidos ao longo da história,
não caiem do enredo nem ficam pendurados da incorporação que lhe é devida.
Estas écfrases contudo, não remetem para nenhuma espécie de jactância, antes periclitam
o entusiasmo para lá do todo da obra.
- Comprei por 50 cêntimos um livro de viagem muito bem elaborado,
integrado na colecção Le Monde en
Couleurs. Encadernado e ilustrado,
foi impresso em 1945 e está na antítese do que hoje se publica no género. Nele
encontro a grandeza da cultura nas suas diversas formas e estilos, épocas e
criadores. É uma obra para viajantes como hoje há poucos, dado que a
mediocridade das viagens em grupo reduziram o viajante a um ser androide,
ligeiro, amante do vulgar, devaneando para encontrar o que tem no dia-a-dia.
- Subiu para 23 o número de mortos no sismo ocorrido a Sul de Taiwan. De
magnitude 6,5 na escala de Richter o tremor de terra, como sempre, atingiu os
mais pobres, com habitações de palha e o desprezo dos governantes.
- O anafado primeiro-ministro António Costa, exibe um sorriso de orelha
a orelha por ter reconquistado a TAP. Não dá para entender, uma vez que
qualquer pessoa minimamente informada sabe que uma empresa detida a 50 por
cento, é uma empresa paralisada. O PCP aguarda para dar o salto. A menina
jeitosa do BE, pôs-se em bicos de pés relembrando a Bruxelas que Portugal tem
uma constituição a cumprir. Disseram-lhe que baixasse a garimpa, porque a “constituição”
de lá tem mais força que a de cá. A independência nacional é só para os
afoitos, os ricos e os nobres. Estamos entendidos?