segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Segunda, 1 de Fevereiro.
O diktat do Governo é fazer-nos crer que nada de substancial se passa ao nível do murmúrio entre os partidos que o apoiam. É evidente que se trata de uma manobra para iludir e cativar os incautos, dentro da estratégia que Costa montou para derreter em banho maria a sua insustentável ambição. Os números, os budgets, as contas, os orçamentos, os défices, os PIBs, o desemprego, os impostos, toda essa salada cara a Bruxelas e aos funcionários eurocratas, apresentarão a conta no momento oportuno. É o costume.  

         - Enquanto na Suíça se discutia a guerra que campeia há cinco anos na Síria, a Daesh levou a cabo um atentado contra o bairro xiita de Damasco onde morreram pelo menos 60 pessoas. O que se discutia em Genebra, era como encontrar uma maneira de fazer chegar assistência médica e alimentar aos desvalidos da guerra. Como classificar estes tipos? Bárbaros? Selvagens? Primários? Pré-históricos? Corro o dicionário de ponta a ponta e não vejo palavra para os qualificar.


         - Há tanta incerteza no meu cérebro que o sinto manietado de emoções, convicções, rasgadas espectativas. Curiosamente ando batido por uma calma que há muito não conhecia. Uma espécie de espessa sensação de vazio, drogado até à paralisia, amparado por uma dor imperceptível que dói sem doer, como se os acontecimentos verdadeiros fossem interiores e um derrame de morte se tivesse interposto entre mim e o mundo - chama que arde no limite do pavio, derradeiro olhar sobre as montanhas, o céu límpido, a sombra azulada, o último segundo, antes do confronto que salda o capítulo de uma vida.