Segunda, 1 de Fevereiro.
O diktat
do Governo é fazer-nos crer que nada de substancial se passa ao nível do
murmúrio entre os partidos que o apoiam. É evidente que se trata de uma manobra
para iludir e cativar os incautos, dentro da estratégia que Costa montou para
derreter em banho maria a sua insustentável ambição. Os números, os budgets, as contas, os orçamentos, os
défices, os PIBs, o desemprego, os impostos, toda essa salada cara a Bruxelas e
aos funcionários eurocratas, apresentarão a conta no momento oportuno. É o
costume.
- Enquanto na Suíça se discutia a guerra que campeia há cinco anos na
Síria, a Daesh levou a cabo um atentado contra o bairro xiita de Damasco onde
morreram pelo menos 60 pessoas. O que se discutia em Genebra, era como encontrar
uma maneira de fazer chegar assistência médica e alimentar aos desvalidos da
guerra. Como classificar estes tipos? Bárbaros? Selvagens? Primários?
Pré-históricos? Corro o dicionário de ponta a ponta e não vejo palavra para os
qualificar.
- Há tanta incerteza no meu cérebro que o sinto manietado de emoções,
convicções, rasgadas espectativas. Curiosamente ando batido por uma calma que
há muito não conhecia. Uma espécie de espessa sensação de vazio, drogado até à paralisia,
amparado por uma dor imperceptível que dói sem doer, como se os acontecimentos
verdadeiros fossem interiores e um derrame de morte se tivesse interposto entre
mim e o mundo - chama que arde no limite do pavio, derradeiro olhar sobre as
montanhas, o céu límpido, a sombra azulada, o último segundo, antes do
confronto que salda o capítulo de uma vida.