Quinta,
16.
Enfim
uma boa notícia iluminou o mundo: o comprometimento do Irão em não produzir
armas nucleares. O acordo foi feito entre todos os países que as possuem, à
cabeça os E.U.A., mas os israelitas ficaram de fora. Por dez anos as potências
internacionais vão poder fiscalizar hora a hora, minuto a minuto a sua
aplicação. Como recompensa uma soma fabulosa foi posta às ordens do país dos ayatollahs,
que Telavive diz ir servir para eles se reforçarem em armamento bélico.
- Cavaco devia ficar calado até ao fim
do seu triste mandato. Disse ele que o Governo de Tsipras cometeu muitos erros
no processo que o levou a ajoelhar diante do Eurogrupo. Talvez. O Syriza e os
membros do seu executivo são inexperientes, um tanto ingénuos, não possuem a
ronha dos Velhos do Restelo, não contribuíram para o desastre, não desviaram
fundos dos cofres do Estado como fez o PASOK e a Nova Democracia. Eu sou dos
que prefiro os erros aos roubos dos políticos experientes como os portugueses,
senhor Cavaco Silva.
- Por falar nisso. A sua
excelência-doutor-professor-economista-presidente basta deitar uma olhada aos
jornais que lhe chegam todas as manhãs quando toma o pequeno-almoço na bela marquise
da Travessa do Possolo ou será do Possidónio? Dois gerentes do grupo Lena estão
indiciados por crimes na obtenção fraudulenta de subsídios estatais (José
Sócrates espreita pelo veio do crime). Esta é a notícia de hoje. A de ontem foi
o regresso a casa com pulseira electrónica do Vara. Mas se quiser saber mais,
consulte os jornais ou vá à internet e no Google escreva “os roubos da classe
política portuguesa” e encontrará todos os seus camaradas e mais uns quantos
camaradas dos camaradas. A lista é infinda,
senhor-doutor-professor-economista-presidente. Mais a mais agora que estamos em
férias e vossa excelência irá como costumado para o Algarve instalar-se na sua
vivenda Mariani, perdão, Gaivota Azul, na Aldeia da Coelha, onde tem por vizinhos
muita da ladroagem do BPN e outra de todos os quadrantes. Estou de cabeça a
tocar os joelhos a desejar-lhe boas férias, excelência.
- O Acordo passou no Parlamento grego.
O Syriza está fragmentado. Nas ruas as manifestações retomaram o exercício da
cidadania. As greves a dos trabalhadores. Ninguém porém, acredita que a Grécia
ficará na moeda única. Lá atrás, os militares espreitam. Mais à frente a
direita toma força. Na Europa do euro os partidos como o de Marine Le Pen exultam.