quinta-feira, julho 16, 2015

Quinta, 16.
Enfim uma boa notícia iluminou o mundo: o comprometimento do Irão em não produzir armas nucleares. O acordo foi feito entre todos os países que as possuem, à cabeça os E.U.A., mas os israelitas ficaram de fora. Por dez anos as potências internacionais vão poder fiscalizar hora a hora, minuto a minuto a sua aplicação. Como recompensa uma soma fabulosa foi posta às ordens do país dos ayatollahs, que Telavive diz ir servir para eles se reforçarem em armamento bélico.  

         - Cavaco devia ficar calado até ao fim do seu triste mandato. Disse ele que o Governo de Tsipras cometeu muitos erros no processo que o levou a ajoelhar diante do Eurogrupo. Talvez. O Syriza e os membros do seu executivo são inexperientes, um tanto ingénuos, não possuem a ronha dos Velhos do Restelo, não contribuíram para o desastre, não desviaram fundos dos cofres do Estado como fez o PASOK e a Nova Democracia. Eu sou dos que prefiro os erros aos roubos dos políticos experientes como os portugueses, senhor Cavaco Silva.

         - Por falar nisso. A sua excelência-doutor-professor-economista-presidente basta deitar uma olhada aos jornais que lhe chegam todas as manhãs quando toma o pequeno-almoço na bela marquise da Travessa do Possolo ou será do Possidónio? Dois gerentes do grupo Lena estão indiciados por crimes na obtenção fraudulenta de subsídios estatais (José Sócrates espreita pelo veio do crime). Esta é a notícia de hoje. A de ontem foi o regresso a casa com pulseira electrónica do Vara. Mas se quiser saber mais, consulte os jornais ou vá à internet e no Google escreva “os roubos da classe política portuguesa” e encontrará todos os seus camaradas e mais uns quantos camaradas dos camaradas. A lista é infinda, senhor-doutor-professor-economista-presidente. Mais a mais agora que estamos em férias e vossa excelência irá como costumado para o Algarve instalar-se na sua vivenda Mariani, perdão, Gaivota Azul, na Aldeia da Coelha, onde tem por vizinhos muita da ladroagem do BPN e outra de todos os quadrantes. Estou de cabeça a tocar os joelhos a desejar-lhe boas férias, excelência.

         - O Acordo passou no Parlamento grego. O Syriza está fragmentado. Nas ruas as manifestações retomaram o exercício da cidadania. As greves a dos trabalhadores. Ninguém porém, acredita que a Grécia ficará na moeda única. Lá atrás, os militares espreitam. Mais à frente a direita toma força. Na Europa do euro os partidos como o de Marine Le Pen exultam.