Segunda, 13.
François Hollande entregou o governo da
França a Manuel Walls e para ele reservou os negócios exteriores como limite
para salvar a pele que os franceses lhe querem arrancar. Anda sempre fora do
país em missões de propaganda que tenham bons reflexos internamente. De
contrário, como se explica o seu percurso relativamente a Alemanha, aos
capitalistas, ao modo como olha hoje a riqueza, ao que disse em campanha acerca
da austeridade, da pobreza, da crise, etc. etc. Mensageiro súbito da
continuação da Grécia no euro, quer com o seu gesto ficar na história como
aquele que salvou a União Europeia do desastre. As fases têm sido muitas e
ainda ontem se proclamava um período de pousio para os helénicos - de resto uma
ideia de Giscard d´Estaing -, mas parece que hoje a coisa voltou a ser outra e
os criminosos de Bruxelas aceitam, enfim, por favor que os gregos continuem no
seu grupo. Que bando de criminosos!
- A Piedade chegou aí com o mesmo discurso de meio Portugal.
Perguntou-me se eu não achava que aquela de a mulher de Passos Coelho aparecer
com as feridas da quimio em público não era propaganda. Respondi-lhe o que
penso sem deixar de pensar que dos políticos espero tudo. Desta vez estou em
desacordo. Ela nunca se expôs nem quis sendo casada com o primeiro-ministro aparecer dando consistência à máxima ridícula e hipócrita “atrás de um grande
homem, há sempre uma grande mulher”. Estas parlapatices, não cabem na
personalidade de Passos Coelho e eu acho que se ela se apresentou a seu lado,
foi porque é de origem cabo-verdiana e indo o marido em visita de Estado ao
arquipélago aproveitou – e bem – para sentir as origens, rever amigos e
familiares. Tudo o resto que se diz, é medíocre e mesquinho e bem português.