Sexta, 27.
A falsa moral e a
ignorância que ataca uma certa camada de americanos que se querem substituir a
Deus, está patente no primeiro parágrafo que um iluminado advogado da
Califórnia, de seu nome Matt MacLanghlin, ao pretender a pena de morte para os
homossexuais. Diz ele: The abominable
crime against nature known as buggery, called also sodomy, is a monstrous evil
that Almighty God, giver of freedom and liberty, commands us to suppress on
pain of our utter destruction even as he overthrew Sodom and Gomorrha. Mas
o monstro, vasculhada a sua vida
íntima, verifica-se que ela contém muito mais passagens que ofendem a Deus que
toda a “imoralidade” muitas vezes difícil de carregar por aqueles que ele quer
levar a pena capital. Desde o tempo de Henry Labouchère, autor da legislação
anti-homossexual que não se via nada assim. De resto a palavra homossexualidade
só entra no jargão diário a partir de 1880 conoctada como perversão a tratar e não como um vício a
punir como então era norma.
- Ontem comecei a escaldeirar as figueiras para depois as adubar.
Trabalho monstruoso tendo em conta que só um vetusto exemplar ocupou-me duas
horas. Piedade que se pôs a dada altura a apreciar o trabalho, surpreendeu-se
pela perfeição do empenho. Disse-lhe: “Ou faço as coisas bem feitas, ou não
faço. – É como o meu neto. Igual.”
- Ainda o suicídio do co-piloto do avião alemão. Constato que as
companhias falam agora em duplicar os pilotos, além de os países repensarem a
segurança imposta pelos Estados Unidos. Eu continuo a pensar que tudo isto é sinistro.
É ver como eu vi quando viajava na Easyjet aquele vai e vai constante, pousar e
levantar, facturar e facturar, arrastar milhares de pessoas por aeroportos
superlotados, horas infindas de espera, metidos numa espécie de rodilha de
cansaço, sem humanização nenhuma, delicadeza ou respeito pelo passageiro
individualmente. A democratização tão cara a muita gente analfabeta, leva à
destruição do prazer, da aventura, e torna tudo nivelado por baixo, mas de
forma a que a multidão não perceba que não vale mais do que um punhado de
euros.