sexta-feira, março 27, 2015

Sexta, 27.
A falsa moral e a ignorância que ataca uma certa camada de americanos que se querem substituir a Deus, está patente no primeiro parágrafo que um iluminado advogado da Califórnia, de seu nome Matt MacLanghlin, ao pretender a pena de morte para os homossexuais. Diz ele: The abominable crime against nature known as buggery, called also sodomy, is a monstrous evil that Almighty God, giver of freedom and liberty, commands us to suppress on pain of our utter destruction even as he overthrew Sodom and Gomorrha. Mas o monstro, vasculhada a sua vida íntima, verifica-se que ela contém muito mais passagens que ofendem a Deus que toda a “imoralidade” muitas vezes difícil de carregar por aqueles que ele quer levar a pena capital. Desde o tempo de Henry Labouchère, autor da legislação anti-homossexual que não se via nada assim. De resto a palavra homossexualidade só entra no jargão diário a partir de 1880 conoctada como  perversão a tratar e não como um vício a punir como então era norma.

         - Ontem comecei a escaldeirar as figueiras para depois as adubar. Trabalho monstruoso tendo em conta que só um vetusto exemplar ocupou-me duas horas. Piedade que se pôs a dada altura a apreciar o trabalho, surpreendeu-se pela perfeição do empenho. Disse-lhe: “Ou faço as coisas bem feitas, ou não faço. – É como o meu neto. Igual.”   


         - Ainda o suicídio do co-piloto do avião alemão. Constato que as companhias falam agora em duplicar os pilotos, além de os países repensarem a segurança imposta pelos Estados Unidos. Eu continuo a pensar que tudo isto é sinistro. É ver como eu vi quando viajava na Easyjet aquele vai e vai constante, pousar e levantar, facturar e facturar, arrastar milhares de pessoas por aeroportos superlotados, horas infindas de espera, metidos numa espécie de rodilha de cansaço, sem humanização nenhuma, delicadeza ou respeito pelo passageiro individualmente. A democratização tão cara a muita gente analfabeta, leva à destruição do prazer, da aventura, e torna tudo nivelado por baixo, mas de forma a que a multidão não perceba que não vale mais do que um punhado de euros.