quinta-feira, setembro 01, 2022

Quinta, 1 de Setembro.

Ontem fui a Lisboa. No comboio que me levou e trouxe, verifiquei com agrado que muita gente continua a usar máscara, nomeadamente, para meu espanto, os jovens. Um casal gay, ambos muito novos, um português outro inglês, não só traziam máscara como desinfectante para as mãos. O português apresentava braços e pernas muito peludos – o suficiente para ser excluído por Julien Green. 

         - “Pas travaillé à mon livre à cause de D.P. (Robert). Nous devions aller aux Ballets ce soir. Y aller seul m´assomme. Y aller avec Anne (a irmã) serait pire. Je ne puis sortir avec une femme: au bout de cinq minutes je suis dans un état d´exaspération tel que le plaisir est banni de toute la soirée.”  Oh, Monsieur Green, quand même! (p. 778, vol. 3, Toute Ma Vie). 

         - Os nossos queridos a amados comunistas, ante a morte de Gorbatchev, afirmam que ele abriu “caminho à contra-ofensiva do imperialismo”, e ainda à “hegemonia no plano mundial, com graves consequências (para) os direitos dos trabalhadores, a soberania dos povos, a segurança na Europa e a paz do mundo”. A cassete do costume. Contudo, quem exerce o imperialismo e para isso moveu a guerra idiota contra a Ucrânia, Chechénia e os “independentes” territórios vizinhos, não falando na tragédia da Ingúchia, é o querido e estimado Vladimir Vladimirovitch Putin, Primeiro Cidadão (como gosta de ser tratado, a exemplo das democracias onde as mulheres dos chefes de Estado são sobrenomeadas pela ridícula designação de primeiras damas), autocrático e dono do KGB/FSB. Quanto aos trabalhadores, basta conhecer um pouco da história da URSS para se perceber que estes, pobres e infelizes, nunca contaram para coisa nenhuma senão para serem escravos. E o PCP vai mais longe no seu ódio de estimação aos EUA, à UE e à NATO : Os “rasgados elogios dos principais responsáveis pela destruição da União Soviética e a restauração do capitalismo na Rússia (aqueles), quando o que se impunha era o aperfeiçoamento do socialismo”, ou seja a utopia que  continuou com  Estaline.