quarta-feira, setembro 07, 2022

Quarta, 7.

Já depois de ter publicado o que atrás está dito, durante o noticiário das oito na SIC, eles passaram a jura de Costa há um ano em manter o cálculo do aumento anual das reformas, “está na lei”, dizia o insigne mestre da prestidigitação, “por isso é para se cumprir”. Chegue aqui num instante menina Greta Thunberg: como se chama a isto: “Blá blá blá. Tem razão. Estávamos em campanha e em campanha – dizem eles – tudo é permitido. Depois vem a realidade e como a política e os políticos perderam o respeito por si e pelos cidadãos e  vivem endoidados pelo poder, acham que tudo lhes é permitido e os povos são um monte de palermas sem dignidade nem memória. Nem vale invocar o socialismo, comunismo, políticas liberais ou de extrema direita, no momento assanhado da conquista pelo poder, o que temos é gente drogada, louca, obcecada, gananciosa que debita toneladas de palavras e nenhuma é para levar a sério. Ou antes todas inundam a vida dos falantes e destroem a existência dos que são obrigados ao silêncio se querem sobreviver. Nunca o mundo esteve tão próximo da chegada de um qualquer salvador, e a culpa é destes “democratas” que tudo fazem para aplaudir a sua vinda. Bem fazem os jovens que há muito compreenderam a inutilidade deste jogo dito democrático e dele se apartam para mundos suaves onde o sonho e a realidade são uma e a mesma coisa, porque o esforço para abarcar algo que não faz sentido é pura perda de tempo. 

         - Atente-se na teimosia do primeiro-ministro em não querer taxar as grandes empresas de energia, trancado na ideia que até se compreenderia noutras circunstâncias, de que já pagam impostos elevados e mais elevados são quanto mais facturarem. Percebo. Mas se os lucros nesta altura vão todos para o seu lado, deixando meio mundo empobrecido e sujeito aos rigores do Inverno e as empresas na penúria, que lógica de mercado é esta senão egoísta, açambarcadora e prejudicial ao conjunto harmonioso da economia! Os outros países da UE que António Costa almeja pôr na ordem, há muito que tomaram medidas no sentindo de impostos extraordinários sobre os resultados das empresas para os distribuir por aqueles que sofrem não só de pobreza como do abandono profissional das suas empresas. Pedro Sánchez que eu tanto critico, nos momentos certos agiganta-se e enfrenta as dificuldades com medidas claras que tocam a todos: transportes gratuitos ou mais baratos, descida do IVA do gás natural, de 21% para 5%, sem complicações nem rabos de fora, como acontece com o nosso primeiro-ministro onde há sempre qualquer dado que não bate certo, não é limpo, net. O governante espanhol, não se fica pelas energéticas, ataca também os bancos, não só este ano como em 2023. A Hungria, que a nossa querida esquerda tanto agride, anunciou uma taxa de 40% (!) até 2023 às receitas das empresas de combustíveis, e em breve uma nova taxa de 65% sobre a produção de electricidade e sector bancário. A Roménia introduziu uma taxa de 80% sobre as receitas líquidas dos produtores de electricidade. O próprio Reino Unido, que vai ter de rever a sua posição sobre a electricidade, impôs a taxa de 65% aos sectores petrolíferos. A Grécia que é tão pobre como nós, foi a primeira a usar a taxa de 90% (!!) nos lucros inesperados dos produtores de electricidade. Portugal tem medo de tudo, a começar pelos lóbis, os interesses dos grandes, das minorias obtusas que governam o país na sombra e têm em sentido este como qualquer outro Governo nacional.    

         - Por outro lado, nós temos o que merecemos. Não me vou repetir quanto à impressão que tenho da minha gente. Dou a palavra a António Barreto: “A pergunta é simples: quem vai pagar? Aonde há recursos financeiros para distribuir, para pagar as benesses e os benefícios, para sustentar aumentos de salários, subsídios e pensões, assim como para custear o aumento das despesas com a saúde, a educação e Segurança Social? É tão estranho vivermos num país onde a principal preocupação é a de gastar dinheiro, mas nunca ou quase nunca de fazer dinheiro, criar negócios, desenvolver actividades, e, numa palavra, criar riqueza! Uma coisa sabemos: gastar sem criar pagar-se-á muito caro dentro de pouco tempo.” Bem prega, frei Tomaz! 

         - Liz Truss é a nova primeira-ministra do Reino Unido. Não sei o que vai sair dali, esperando que Boris Johnson regresse o mais depressa possível. Todavia, passei a olhar a antiga ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, com curiosidade. Perguntaram à senhora Truss: “Macron, amigo ou inimigo?” Ela respondeu: “Se me tornar primeira-ministra, vou julgá-lo pelos seus actos e não pelas suas palavras.” O palrador Chou Chou não achou graça nenhuma e estou certo que a menina Thumberg também nunca achou piada a ele, rei da França. 

         - O Inverno já se pode hospedar. Terminei o trabalho que me assegurará o conforto nos dias frios. Ainda, talvez, não será no próximo ano que comprarei lenha – o que me resta debaixo de grandes plásticos noutro ponto da quinta, será suficiente.