quinta-feira, setembro 15, 2022

Quinta, 15.

Outra coisa não seria de esperar da Justiça que temos e das inchadas autoridades ao serviço dos múltiplos interesses: o monstruoso desastre de Pedrógão com os 63 mortos e os onze arguidos nunca existiu. O tribunal de Leiria varreu de uma penada a sua existência com este acórdão: “(…) Não resultou provado que os óbitos e ofensas à integridade física verificados tenham resultado, por ação ou omissão, da conduta de quaisquer dos arguidos, as quais não são causais dos gravosos e múltiplos resultados desvaliosos verificados.” Deste modo: polícias, GNRs, autarcas, bombeiros foram ilibados de qualquer responsabilidade e gritam “fez-se justiça”. Se culpas houve, são “do sistema que falhou”, isto é, de ninguém. Ou quando muito da “convectiva/outflow e da coluna do incêndio/downburst”. Que chique, senhores juízes! Até a nossa língua foi desprezada!  Quanto ao mais: Ministério Público e vítimas que chorem no molhado.  

         - Ao fim de muito pesquisar, e tendo em conta que esta noite fiz uma directa, cheguei à conclusão que a perturbação de ontem se ficou a dever a um pedaço de gengibre que comi pelas seis da tarde. Triticum, desculpa. 

         - Ontem comecei a ceifar a alfazema. Recolhi uma braçada que ofereci parte à Piedade, perdão, à minha assistente operacional. Terminarei o trabalho decerto amanhã se não for almoçar com o João que já telefonou para. A sala de jantar está fechada no seu aroma que quero estender por toda a casa (wcs incluídos) em jarras, substituindo a do ano passado. Que mais? Na última semana de Agosto, detectei uma fuga de água no tubo que vai dos skimers à bomba. Logo desliguei o sistema dizendo adeus às saborosas braçadas de natação. Disse para mim mesmo que o Verão estava terminado e só voltaria a pensar no assunto no próximo ano. Parece que previa a alteração climática que veio a instalar-se dias depois. Que mais? Há mais, há sempre mais, mas calo-me para não falar demais.