domingo, setembro 11, 2022

Domingo, 11.

O país, o autêntico, é isto que António Barreto expõem no seu artigo de ontem no Público de que extraio esta excelente perspectiva: “... as regras essências da filosofia gerais do serviço público estão em crise de modo permanente. As dificuldades de acesso são enormes. A burocracia é pesada e excessiva. Há uma grande desigualdade prática e efectiva. A proximidade, palavrão político de todos os dias, é inexistente. A transparência, outro lugar comum, é uma desilusão. Certidões, atestados, códigos de acesso... Só quem nunca passou por estas andanças imagina o que pode ser o martírio, a burocracia, e a espera. Os serviços exigem porque desconfiam dos cidadãos. Os sites dos serviços são óptimos exemplos de falta de clareza e de dificuldade. É provável que os mestrados em informática se desenrasquem, mas essa não é a maioria da população. Perdem-se horas e dias. Telefona-se e ninguém atende. O site remete para o telefone, o telefone para o site ...” Sim, é uma tristeza viver em Portugal. E não me venham dizer que é assim por todo o lado. 

         - O mundo parou como se a notícia viesse de extramuros e a morte a surpresa que deixou de apoquentar a humanidade: Isabel II faleceu dois dias depois de ter recebido a nova primeira-ministra do reino. Portanto, trabalhou até ao último sopro de vida e sempre de forma dedicada, nobre e simples durante setenta anos e 96 anos de vida! Rainha morta, rei posto. O sucessor já foi proclamado rei e escolheu o nome de Charles III. Esperemos que não tenha a mesma sorte dos seus antecessores monarcas Carlos I e Carlos II. E não terá decerto. Carlos é uma pessoa instruída, culta, que tem abraçado causas filantrópicas e sociais, sabe o que quer e tem vontade própria para levar acabo um reinado que estou certo irá surpreender. Acresce que tanto ele como sua mãe, são pessoas de fé. Por isso God save the King!  

         - Cansado das palavras, talvez também sob o rumor de uma pequena depressão, deixei este diário para me consagrar não ao romance, mas à ondulação do tempo suspenso de todas as descrenças.