segunda-feira, agosto 15, 2022

Segunda, 15.

Devido à trapalhada no metro, comecei a manhã num café da Avenida de Roma onde me sentei para duas horas de trabalho. Sendo feriado (Assunção de Nossa Senhora) as ruas estavam vazias, cafés e restaurantes cheios. Pouco avancei (talvez meia página). O que me levou a Lisboa, foi o agendamento com o técnico informático do Corte Inglês de acertos neste blogue. Acabei por almoçar no restaurante no toutiço da loja onde tenho o hábito de amesendar. Almoço simples e pró caro. Nada de carrossel na cabeça, pelo contrário uma certa pacificação, com ligeiro rumor de bem-estar disseminado de alto a baixo deste corpo que atrai as atenções das sabichonas e sabichões. Pudesse eu cair na tentação do casamento e seria o homem mais feliz do universo! 

         - Assim que abri o computador, entrou pela janela direita do ecrã esta notícia vinda da necrotério do Público:  “Os pais no Afeganistão enfrentam escolhas impossíveis, como tirar as filhas ou filhos da escola para poder alimentá-los ou pior – vender um filho ou casar uma filha de 12 anos para impedir os irmãos de morrerem de fome.” Esta é a obra corajosa de Joe Biden. Se não se pode contar com Putin, Xi ou o monstro da Coreia do Norte, também não podemos confiar em políticas que põem os interesses económicos acima da moral e da ética, num desprezo total pelos seres humanos. 

         - Pela boca morre não só a peçonha como os ditadores. Rebusco de Um Diário Russo de Anna Politkovskaya. Em 2003, Putin, entra numa espécie de campanha para a presidência e a televisão abriu-se, naturalmente, por concordância do déspota, aos tele-espectadores, num programa em que dos seus lares os russos o interpelavam. Um militar da base russa de Kant (no Quirguistão) fala da queda de Saddam Hussein no Iraque, e inquire Putin sobre a hipótese de ali surgir outro Vietname, resposta: “Em todas as eras, porém, os grandes impérios têm ilusões em relação à sua vulnerabilidade, acreditam na sua grandeza e infabilidade. Isto tem lhes causado invariavelmente muitos problemas. Espero que isto não aconteça aos nossos parceiros americanos (p. 44, Ed. Temas e Debates, Circulo Leitores). Pois a expansão americana é diferente da russa de Putin. Como se chama à invasão da Ucrânia?