quinta-feira, agosto 25, 2022

Quinta, 25.

Os franceses e os portugueses que devem ter saudade de falar francês (em França decerto tagarelam na sua língua), não me largam a porta. Hoje foram-me úteis. Como a maquinaria não quer nada comigo, não ousei pôr a motosserra a funcionar. O Sérgio, munido do mais avançado que há em ferramenta, desmontou a máquina, limpou-a, fez ensaios e a sujeita voltou a sorrir. Daí que esta manhã muito cedo, me tenha atirado ao corte da lenha que andava a amontoar-se por todo o lado. Depois carreguei-a para o telheiro que já vai na segunda fila. O tempo foi gentil, não houve sol nem aqueceu como tem acontecido. 

         - A este propósito, estão a ser preparadas medidas para reduzir o consumo de energia, água, gás natural. Mais uma vez é o Zé povinho que paga. Não vi nada que obrigue os jogos de futebol a decorrerem enquanto há luz natural, como antigamente acontecia. O gás vai ficar mais caro a partir de Outubro e as famílias vão pagar em média 30 euros/mês. Quanto à energia, estive a comparar o que paguei o ano passado com o montante corrente: quatro euros em média mais. Fui educado a poupar, a gastar o indispensável, e as bazófias dos novos ricos horrorizam-me porque estão convencidos que os pobres é que devem pagar a crise – e têm razão atendendo às políticas que os beneficiam. 

         - Portugal é o país das histórias, tudo serve para que a classe política fuja por dias às investidas constantes da sociedade. Desta vez, a boutade (que não é a primeira), saiu da secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar. Segundo a douta mademoiselle, Portugal, no tocante a área ardida deveria “ser 30 por cento superior”, se se cumprissem os cálculos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Por outras palavras, o Governo PS até não andou nada mal. Esta irresponsabilidade de alguém a quem foi confiado um cargo público, sem sensibilidade nem preparação para o exercer, devia ser despedida. As tristes afirmações, provam como os políticos andam distantes do país e dos portugueses, alcandorados em extrato esferas mirabolantes, em alucinações desvairadas, e não percebem peva da realidade nacional.   

         - A minha admiração não pára de crescer e só lamento que um político como Boris Johnson esteja de partida. O homem é impecável e mesmo na véspera de deixar o cargo de primeiro-ministro, deslocou-se a Kiev para estar nos festejos do dia da independência da Ucrânia ocorrido há 31 anos. Glória à Ucrânia, glória a Boris Johnson! 

         - No Qatar os trabalhadores imigrantes de vários sectores, protestaram em frente a empresa que os contratou e não lhes paga há sete meses. As manifestações são proibidas no país de ditadores e presunçosos líderes políticos; por isso as autoridades os recambiaram para os países de origem, abotoando-se com o rendimento do seu trabalho. Que mundo selvagem onde o dinheiro comanda a moral, a política e o direito.