terça-feira, julho 20, 2021

Terça, 20.

Os ingleses que convém seguir com muita atenção, não obstante terem 50 mil novos casos por Delta/dia, abriram o país a todas as liberdades e modos de vida de antes da Covid-19. Os especialistas dizem que é uma grande asneira, eu também acho. Todavia, a exemplo do que ensaiou Boris Johnson no início da pandemia, quando tentou a imunidade através de contágio, pode ser que tenhamos alguma surpresa ao apostar agora na margem de vacinados que conseguiu alcançar.   

         - Marcelo é o prestidigitador da palavra. Ficou bem patente na entrevista que deu a Maria João Avilez, mas também na forma como se desenvincilhou da polémica do parecer do Tribunal Constitucional a favor da lei-travão que o Governo invocara para não aceitar a promulgação que ele, sabendo ser popular, diria populista, promulgou com a maioria dos deputados na Assembleia Nacional, a saber: apoio no âmbito da suspensão de actividade lectivas e não lectivas presenciais, medidas excepcionais por redução forçada da actividade económica e de incentivo à actividade profissional e apoio excepcional à família. Tudo dinheiro em barda para estes grupos. Como perdeu – e foi vergonhoso enquanto constitucionalista – disse que teve uma interpretação diferente da Constituição e ganhou apesar disso politicamente. Que mais queremos nós? Um Presidente assim não há nação no mundo que não o dispute. Quanto à jura que fez de cumprir e fazer cumprir a Constituição, chiu! Cala-te pateta!    

         - Dia drapejado de serenidade. Não tendo saído, ufa!, por aqui me quedei entretido com uma série de afazeres: regas de manhã cedo, limpeza do grande limoeiro, leituras, revisão do romance, meia hora a colher amoras que estão no seu máximo de cor, sabor, maturação, e há instantes fortes braçadas na água tépida, cristalina, onde o azul do céu se espelha na pureza límpida da sua luz.