terça-feira, julho 13, 2021

Terça, 13.

Iniciei a leitura de um dos conhecidos títulos de Colette: L´ingénue libertine. Dentro encontro o ticket da compra chez Gibert: 20 de Novembro, às 12h. 14m. 39s. Vou espreitar o que havia escrito, em 2019, (antes, portanto, da chegada da Covid-19) e deparo-me com este texto que se me pega à saudade dessa manhã de liberdade: 

        “Hoje saí muito cedo para o centro. Primeiro, a S. Michel ao encontro dos meus livros; segundo, aos Champs-Élysées para o rendez-vous com Christian. Tomámos de seguida a navette que nos deixou na Fundação Louis Vuitton. Zero graus era a temperatura naquela célebre artéria da cidade. Dentro do museu demorámo-nos umas três horas em visita à exposição da multifacetada artista-arquitecta Charlotte Perriand.”  

         - Fui a Lisboa e, estando no Rossio, almocei na velha Confeitaria Nacional onde se come muito bem e não entra a chamada cozinha internacional.  Comi um excelente coq au vin. Embora o nome se apresente em francês ou afrancesado, não passa da velha fórmula do frango no forno. Um bolo de chocolate acompanhou o café. Saí satisfeito como um abade em Domingo de Páscoa. 

         - É um nojo o que se passa na classe política, forense, desportiva e... Não há dia nenhum que à lista dos corruptos não seja acrescentado mais um nome. Ler os jornais, ouvir a rádio ou espreitar a televisão é desgostar de um regime podre, composto por um bando de marginais, uma máfia que se enrodilha numa teia de interesses e crimes absolutamente execráveis. Fátima Bonifácio chama-lhes uma “oligarquia endogâmica”. E pensar eu que tantos – este que aqui escreve incluído – lutaram pela democracia! A maioria destas horrorosas criaturas, já entrou ou está no limiar da velhice, e perguntou-me para que querem eles os milhões se não têm vida para os gastar! Dir-me-ão têm filhos a quem deixar. Volto a questionar: e que deixam eles aos descendentes senão um punhado de lixo que depressa desaparece porque vem selado com a marca da vigarice, do crime, da ganância, sem impregnação do suor do trabalho honesto. Não é a direita nem a esquerda que ameaça a democracia, é esta chusma de criminosos para quem o dinheiro está acima da moral, da ética e do bom nome. Muitos dizem-se cristãos. Mas não conhecem a parábola do evangelho: “É mais fácil passar o camelo pelo buraco de uma agulha, que entrar o rico no Reino de Deus.” (Mc 10-25) São uns pobres patetas, mas não têm consciência disso. 

         - Como é sabido eu não sou adepto de futebol de ma-nei-ra-ne-nhu-ma. Tal alienação não se me ajusta. Sobretudo, como é o caso agora, quando adeptos ingleses chungas, após a final não sei de quê, insultaram nas ruas de Londres e redes sociais, o trio de negros indigitados para marcar os penáltis que dariam a vitória aos lacaios de sua Majestade: Rasdford, Sancho e Saka. O racismo é bem evidente em Inglaterra e de nada serve ao príncipe William indignar-se. Afinal de contas, se dermos crédito ao que diz o seu irmão, a corte inglesa também está inundada de blasfémias contra os que nasceram com outra cor de pele.