segunda-feira, maio 24, 2021

Segunda, 24.

Como já aqui disse, Mário Soares chamou três membros do CDS para governar com ele. Chamavam na altura ao partido de Freitas do Amaral, de extrema-direita. Por isso, o BE bem pode pregar: termos um acordo à direita ou à esquerda, quer eles queiram quer não, é a democracia a funcionar. 

         - Afinal o partido (são os senhores jornalistas que assim designam o Bloco) possui referências político-ideológicas. Segundo um dos seus membros, o “partido” das duas governantas, tem três tendências internas: leninista, trotskista e estalinista. Olha que três! Felizmente que as meninas e o seu vigário, hoje na reforma, limita-se a sonhar que uma delas venha a ser ministra das Finanças. Podem os três esperar... deitados. 

         - A coisa está preta. Lisboa e Vale do Tejo em breve entrarão em nova fase de confinamento. Tudo resultante do futebol e dos seus adeptos. Os energúmenos que saíram à rua quando o Sporting ganhou, nas tintas para os que não gostam de futebol ou gostando foram comedidos, são os responsáveis. E o Governo, autarquia, clube, polícia, todos deviam responder por um crime que vai sobrar para o SNS, os doentes que esperam há dois anos por consultas, operações, assistência médica. Já não nos chegava a praga em si mesma, ainda temos a doença e o sofrimento a somar à alienação nacional. Se o futebol não agitasse somas astronómicas, não tinha a defendê-lo políticos de todos os quadrantes partidários. Quando jogar à bola era uma actividade amadora, salutar para a saúde, solidária e com sentido humano e cívico, nenhum político o defendia e só os carolas trabalhavam nas colectividades desportivas. No que está hoje transformado – corrupção a granel, exploração, escravidão, alienação, especulação e monopólio – não há político nenhum que o diabolize. Antes, quando era movimento praticado como exercício útil ao bem-estar, tinha labregos, vendedores de pneus, pequenos empresários a apoiá-lo; agora tem médicos, banqueiros, malta da alta finança, muitos ex isto e aquilo, com ordenados principescos e fama saloia que faz vergar as árvores da rua ou os telhados das barracas da Quinta da Marinha à sua passagem. Falam mal, têm esgares de loucos, bebem tinto rasca, vestem fato de treino ao domingo e usam ténis nos pés, exalam bodum, mas todos estão de joelhos a implorar-lhes o benefício. Não sabem o que é o ridículo, ignoram a sobriedade, desconhecem o resguardo. São pura e simplesmente uns pobres coitados, decorados com notas de banco e cartola de palhaço. 

         - Um voo da Raynair foi obrigado a aterrar de emergência na capital da Biolorrússia com o pretexto de armamento bélico a bordo. O único “terrorista” que seguia no avião e foi de imediato preso, era Román Protasevich opositor do ditador Alexander Lukashenko. Se a isto não se chama terrorismo de Estado, o que é então?