Segunda, 24.
Como já aqui disse, Mário Soares chamou três membros do CDS para governar com ele. Chamavam na altura ao partido de Freitas do Amaral, de extrema-direita. Por isso, o BE bem pode pregar: termos um acordo à direita ou à esquerda, quer eles queiram quer não, é a democracia a funcionar.
- Afinal o partido (são os senhores jornalistas que assim designam o Bloco) possui referências político-ideológicas. Segundo um dos seus membros, o “partido” das duas governantas, tem três tendências internas: leninista, trotskista e estalinista. Olha que três! Felizmente que as meninas e o seu vigário, hoje na reforma, limita-se a sonhar que uma delas venha a ser ministra das Finanças. Podem os três esperar... deitados.
- A coisa está preta. Lisboa e Vale do Tejo em breve entrarão em nova fase de confinamento. Tudo resultante do futebol e dos seus adeptos. Os energúmenos que saíram à rua quando o Sporting ganhou, nas tintas para os que não gostam de futebol ou gostando foram comedidos, são os responsáveis. E o Governo, autarquia, clube, polícia, todos deviam responder por um crime que vai sobrar para o SNS, os doentes que esperam há dois anos por consultas, operações, assistência médica. Já não nos chegava a praga em si mesma, ainda temos a doença e o sofrimento a somar à alienação nacional. Se o futebol não agitasse somas astronómicas, não tinha a defendê-lo políticos de todos os quadrantes partidários. Quando jogar à bola era uma actividade amadora, salutar para a saúde, solidária e com sentido humano e cívico, nenhum político o defendia e só os carolas trabalhavam nas colectividades desportivas. No que está hoje transformado – corrupção a granel, exploração, escravidão, alienação, especulação e monopólio – não há político nenhum que o diabolize. Antes, quando era movimento praticado como exercício útil ao bem-estar, tinha labregos, vendedores de pneus, pequenos empresários a apoiá-lo; agora tem médicos, banqueiros, malta da alta finança, muitos ex isto e aquilo, com ordenados principescos e fama saloia que faz vergar as árvores da rua ou os telhados das barracas da Quinta da Marinha à sua passagem. Falam mal, têm esgares de loucos, bebem tinto rasca, vestem fato de treino ao domingo e usam ténis nos pés, exalam bodum, mas todos estão de joelhos a implorar-lhes o benefício. Não sabem o que é o ridículo, ignoram a sobriedade, desconhecem o resguardo. São pura e simplesmente uns pobres coitados, decorados com notas de banco e cartola de palhaço.
- Um voo da Raynair foi obrigado a aterrar de emergência na capital da Biolorrússia com o pretexto de armamento bélico a bordo. O único “terrorista” que seguia no avião e foi de imediato preso, era Román Protasevich opositor do ditador Alexander Lukashenko. Se a isto não se chama terrorismo de Estado, o que é então?