quinta-feira, maio 06, 2021

Quinta, 6.

Os administradores do BES, apesar dos prejuízos e dos adiantamentos ao banco com os nossos impostos, vão receber dois milhões de prémio. Em Portugal nada surpreende, tudo é natural. Os administradores fazem parte da clique que nos governa. Não são políticos, mas já por lá passaram ou para lá se mudarão na dança asquerosa de cargos público-privados. A isto chamam eles democracia. 

         - Falei ontem dos acontecimentos em Odemira. Vivo revoltado nesta “democracia” prepotente, que não difere muito de um regime de oligarcas, medíocres e débeis, que mostra a sua força com um contingente de dezenas de GNRs na rectaguarda, pretendendo com essa força activa defender a dignidade e a vida dos trabalhadores que no Alentejo estão em condições desumanas. São os anjos da guarda dos infelizes, pretendem distinguir-se da direita com atitudes democráticas que salvaguardem os direitos dos trabalhadores e a honra do trabalho. Mas não passam e um punhado de hipócritas com um ministro dito do Interior, apatetado, que é verdadeiramente ministro do PS, todos assustados com o barulho que se instalou nas televisões das quais dependem em absoluto e para as quais trabalham em exclusivo. Pela calada da noite, fizeram levantar um punhado de migrantes, meteram-nos em carrinhas, arrombaram o portão de um empreendimento turístico e com cães, armas, gritos e ameaças acordaram os legítimos proprietários do resort e forçaram a entrada dos homens com crianças, assustados e sem falar a língua, cheios de fome (todos ficaram sem comer toda a manhã), exaustos, distribuindo-os pelas casas vagas. Entre eles havia positivos por Covid-19. A ordem veio do primeiro-ministro obrigando os legítimos donos das casas a aceitar a requisição com o objectivo de instalar pessoas infectadas e outras em situação de “insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações”. O Governo socialista, lava assim as mãos como Pilatos. Em vez de ter feito o trabalho que lhe compete em casos destes que, aliás, se repetem todos os anos, aqui como em Espanta, preferiu iludir os portugueses em vez de se responsabilizar e aos culpados por este degradante e trivial caso: Ministério do Interior, autarquia, polícia local, Ministério da Agricultura, etc. Mais a mais quando os residentes sempre estiveram disponíveis para encontrar soluções para os pobres escravos; o que eles não esperavam era serem acordados de madrugada como se uma corja de ladrões lhes estivesse a assaltar as casas. Este espectáculo sinistro, degradante, miserável, prepotente de um governo, é a imagem da gestão de António Costa durante todo o mandato. À boa maneira fascista-comunista, decreta-se a propriedade privada como se fosse coisa do Estado central. Todos têm culpas no cartório, só Costa, qual deus todo-poderoso e puro, fica de fora. Espero com estas minhas indignações livres e sem temores, levar os meus leitores na hora de votar a reflectir. 

         - Só uma pergunta ingénua: em que é que estas duas situações, diferem do sistema que anteriormente reinou no nosso país?