quarta-feira, maio 05, 2021

Quarta, 5.

A senhorita Ayuso por quem não tenho grandes simpatias, espécie de Durão Barroso com saias, derrotou o fracote e convencido Pedro Sánchez. A vitória foi tal, que passou para mais do dobro nos lugares autárquicos de Madrid. Bravo! De resto, ela só teve mais votos que toda aquela esquerda esfarrapada que já grita injustiça, não percebendo se a direita está a impor-se por todo o lado, a falta é sua ao teimar em prorrogar a manápula manipuladora e propagandística de ideologias ultrapassadas. 

         - Faleceu aos 73 anos o artista Julião Sarmento. Privei com ele quando ele ainda não era ninguém, mas já se revelava alguém. Paz à sua alma e ao seu corpo acossado pelos calores ensandecidos das primaveras. A sua obra, grosso modo, é notável e com alto  sentido de modernidade. O Público traz o seu elogio fúnebre e muito merecidamente. 

         - A dívida nacional está em 125% do PIB. Bah! Que novidade! Então o Portugal democrático não andou sempre por este valor! 

         - Os políticos parecem maluquinhos, coitadinhos. Pior. Querem passar para nós os seus desvarios que vão e vêm ao sabor das conveniências que dão votos. Vem isto a propósito da escravidão dos migrantes nos campos alentejanos. Portugal e Espanha, dois países tidos por católicos apostólicos romanos, são conhecidos de longa data como dois viciados em explorar desumanamente os infelizes que vêm de longínquas terras para a apanha de tomate, uva ou morango. Pois bem, fazendo tábua rasa deste facto que se repete sazonalmente, carpem com lágrimas de crocodilo o triste fim dos estrangeiros que acolhemos, vão a correr para Sul, desorganizam a escravatura e as suas condições logísticas e, com tal cinismo político o fazem, que os trabalhadores ficam sem ganhar a jorna. Tudo isto porque este governo, governa de olhos postos nas televisões e quem a elas se socorre acorda os madraços governantes que de programação, fiscalização e sanidade nada percebem nem estão para se incomodar. 

         - Comecei o dia de enxada na mão limpando os canteiros de hortênsias. Depois do duche, súbita alegria, como se aprendesse a respirar de novo, todos os pensamentos opressivos a despedirem-se do meu corpo glorioso em chamas de vida. Glória! Glória!