domingo, maio 09, 2021

Domingo, 9. 

Sexta-feira passei todo o santo dia às voltas em Lisboa. Comecei na Brasileira, depois almocei no Celeiro, fui no metro ao Corte Inglês, deste à Avenida de Roma ao Reviera, tornei à loja espanhola para ir ao lado à Nespresso, dali no metro ao dentista e pelas seis da tarde apanhei um táxi de novo para a Avenida de Roma e embarquei no comboio apinhado como eu costumava ver antes da pandemia quando o passe embarateceu as viagens. 

         No metro, a dada altura, sentou-se a meu lado um rapaz que exsudava simpatia e um toque natural de ternura. A propósito de irmos lado a lado, fomos conversando. Saímos na mesma estação e à nossa frente iam dois homens de mão dada. Perguntei-lhe para o provocar se era capaz de andar daquele modo na rua. Ele riu-se e devolve-me a pergunta. Digo-lhe: “Sou doutra geração.” Resposta imediata: “O homem mais velho tem bastante mais idade do que você.” Gargalhada espontânea. Assim nos despedimos, seguindo em sentidos opostos.   

         - Estou absolutamente de acordo com a intersindical quando afirma que o magusto da UE no Porto foi uma mão cheia de coisa nenhuma. 

         - Assim como estou em sintonia com Biden quando pede o levantamento imediato das patentes da vacina contra a Covid-19. A nossa querida (des)União Europeia é a favor de os laboratórios onde os governos injectaram vários milhões com o dinheiro dos contribuintes continuem a ganhar fortunas, enquanto em vários países, sobretudos africanos, morrem todos os dias milhares de almas. 

         - A propósito de vacinas. A Sputnik V que Putin, na televisão, anunciou com pompa e circunstância, indo ao ridículo de dizer que a filha já a tinha tomado (como se não bastasse o nome já caricato do foguetão), não há quem a queira. A juventude russa recusa-se e não só. O índice da população que não tem confiança na droga que o ditador quer impor, é assustador. Bem dizia eu ao João Correedor quando ele festivo me anunciou que “a Rússia já produziu uma vacina” eu lhe respondi: “Só a tomo depois de ti.” 

         - Noite e parte do dia tenebrosos. Fortes chuvadas inundaram os caminhos e deixaram no resguardo o mercado mensal do Pinhal Novo. À tarde abriu um sol quente e brilhante que eu aproveitei lendo lá fora estendido na chaise longue e de seguida para queimar um montão de entulho vegetal.