sábado, maio 22, 2021

Sábado, 22.

Não vou ao ponto de dizer que o Bloco de Esquerda não é útil à democracia, claro que é. Quanto mais não seja para, no quadro da Assembleia da República, alertar para os desvarios de muita ordem que o PS não ousa tocar. Exemplos recentes não faltam: os dinheiros desviados para o BES, as falcatruas na EDP, etc. Só que o Bloco deve ficar circunscrito à percentagem de votos que o povo lhe concedeu e não insuflar de aparições na televisão, como se as duas dirigentes do grupo fossem uma espécie de madres superiores que velam pelo convento que é Portugal. 

         - Estive a ler as moções levadas ao seu Congresso sendo a principal lutar na posição de anti-sistema. É curioso! Então as duas governantas não têm andado fisgadas em fazer parte do Governo?! Mais: dentro da organização, na Moção Q, há quem diga preto no prato: “Passados mais de 20 anos da sua fundação, surge apenas como partido tradicional: falta democracia interna, militância significativa e protagonismo das bases, sobra centralização, institucionalização e rotina.” Claro, como agrupamento centralizador, inquieta-se com o futuro e pensa na juventude cada vez mais descrente dos partidos e dele Bloco. Então diz: “Não devemos excluir a hipótese da criação de uma juventude bloquista, especialmente se formos capazes de contornar os defeitos que vemos nas juventudes de outros partidos” (não diz quais), mas cita os defeitos: “o tarefismo, o carreirismo e a descriminação dos jovens pelos mais velhos.” Temos, portanto, um Bloco puro, quase místico. 

         - Vou referir apenas como registo o que escreveu Raquel Varela: “A taxação média de um trabalhador está em 27,4% em Portugal, na OCDE 24,8%. Pagamos impostos como ricos, recebemos serviços públicos como pobres.” Evidentemente, somos governados por socialistas que dizem que o país é rico. 

         - Aqui fica um louvor para que não se diga que estou sempre do contra. Gostei das medidas de segurança contra o coronavírus postas em prática no hospital de S. José; mas o Estado continua a tratar-nos de qualquer maneira. Obriga-nos e chegar às unidades hospitalares, por exemplo, às oito para consulta ou tratamento, mas somos atendidos às dez da manhã. Somos lacaios do sistema, não há respeito pelo doente. 

         - Tempo incerto. Sol aos bochechos. O black II trouxe à minha porta um gato preto de tenra idade, morto com dentada no pescoço – exctamente o que fez uma vez o seu suposto pai.