segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Segunda, 1 de Fevereiro. 

É impressionante o número de pequenos vídeos que transitam na Internet. Ao meu computador e iphone chegam por semana uma dúzia, muitos idiotas outros com interesse e divertidos.  As campeãs deste prodígio? Maria José e Carmo Pólvora esta última a bater a primeira. A maioria guardo, o resto vai para o ecoponto que não sei onde fica. 

         - Dos canais franceses, restam o France 24 e o Arte. Daniil Trifonov, fabuloso pianista, ofereceu-nos ontem uma excepcional interpretação do Concerto nº 2 de Chopin. Não voei, fechei-me no interior de mim mesmo e interiorizei cada nota como se fosse uma fuga. 

         - Na Rússia não abrandam os protestos contra a prisão de Alexei Navalny. Talvez sejam as mais corajosas e ousadas manifestações com cobertura em todo o país, desde que Putin se entronizou até 2036! 5.000 detidos, violência exagerada da parte da Polícia. 

         - A técnica é atirar para cima dos outros aos nossos erros. Foi o que aconteceu com a União Europeia relativamente à falta de vacinas contra o coronavírus. A verdade, segundo o Financial Times citado por Teresa de Sousa (cruzes tantos Sousas!), é esta: A União pechinchou o preço, não quis gastar, e o resultado foi que os EUA, o Reino Unido e Israel, adiantaram somas astronómicas e têm direito a estar na primeira linha de vacinação. Os mortos e doentes da UE agradecem aos políticos poupadinhos e sem horizontes. Deste modo, mais fica para os corruptos.  

         - A propósito, esta citação de Fr. Bento Domingues no Público de ontem: “A atenção especial de Jesus, de certo modo o seu primeiro olhar, não se dirigiu ao pecado dos outros, mas ao sofrimento (de) que eles padeciam.” E mais adiante: “Isto nada tem que ver com uma atitude dolorista (sic), com um desagrado culto do sofrimento. A paixão de Jesus por Deus está ligada à mística pelos que sofrem. Esta é a raiz do cristianismo.” 

         - Dia cinzentão. Vivo ao ritmo tatibitates do tempo presente. Trancado num espaço aberto de quase um hectare, o meu cérebro inventa formas de sofrimento e reclusão incompatíveis com a vida tout court.  Falei com Robert, tia Júlia, Maria José, António, Nieto. Terminei o livro de Valter Hugo Mãe, eblouie. Arranjei mais um autor para amigo. E, claro, recomendo-o aos meus leitores. Descobri-o naquela série dos afilhados de Saramago; não tanto, enfim, pelo programa, mas pelo que o escritor tinha de original a comunicar-nos. Da sua boca não nos chegaram bagatelas, nem houve nele a ideia de vedetismo. Se dermos crédito ao iphone,  fiz 1,4 km. sem sair da quinta, correspondentes a 2.647 passos. Bref.