segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Segunda, 8.

Maravilhosos instantes de graça ao serão de ontem. Antes de me deitar, fiquei por uma hora no salão a ler vinte páginas de Green, banhado do silêncio puro que só o ruído da lenha a arder na lareira e a chuva batendo nas janelas, abalava. Uma espécie de mistério que as horas guardam no segredo que as impregna, disseminava-se em meu redor, aconchegando-me num fraterno abraço inenarrável por palavras. Não estava só. Comigo, silencioso, achava-se também um mundo de presenças protectoras vindas de horizontes longínquos espreitar por cima do meu ombro que espécie de literatura era aquela que tanto me absorvia. Aparentemente, pareciam tão interessadas como eu.