sexta-feira, agosto 28, 2020

Sexta, 28.
Nas palavras do Presidente da República está implícita a resposta e o medo. Diz sua excelência que temos de nos prevenir – e nesse sentido o Governo vai pôr o país a partir de 15 de setembro em “estado de contingência” – de nova vaga da Covid – 19 porque “entraram turistas, o desporto e escolas vão recomeçar”. Então porque quiseram tão obsessivamente cá os veraneantes estrangeiros? Para termos agora de pagar novo confinamento e, sobretudo, o sofrimento e as mortes por coronavírus? Du n´importe quoi. 

         - A trupe voltou para terminar o trabalho. Desta vez porém, o patrão trouxe consigo um rapaz que aparentava ter uns vinte anos, mas já ia nos 34 (portanto mais velho que o chefe). Barba mal semeada, médio de altura, corpo magro como uma tábua de engomar, rabo de cavalo que lhe chegava à cintura, peludo do pescoço e por aí abaixo, ar seráfico de seminarista, perspicaz no trabalho, circunspecto de fala. Quando a montagem terminou e eu pude, enfim, ter água para regas e banhos, sentámo-nos á roda da mesa lá fora para festejar o feito. Acontece que os meus sobrinhos tinham deixado uma caixa de cerveja e como não sou dado a bebida, ofereci-as aos dois técnicos. O rapaz franciscano, preferiu água; o patrão engoliu num ápice duas minis. Mas vamos a contas. Como o motor esteve a trabalhar em seco durante pelo menos um mês, a factura que recebi há três dias da eléctrica chinesa, tinha este número assustador: 430 euros para pagar!! Se a estes acrescentarmos os 950 euros da nova bomba e trabalho dos operários, levou-me a amparar o meu pobre coração que ia indo desta para melhor com o susto. O pior é que uma boa parte deste montante, segue no fim do ano para o senhor Xi Xiping ping ping (mais uma) ping. Sobra a satisfação de ter, ufa!, encontrado alguém sério numa região de gananciosos e incompetentes “técnicos” disto e ainda daquilo e mais daquilo, a que acresce não termos direito a um sorriso, a um “obrigado”, a um “bom dia” a um “se faz favor” como se toda a gente lhes devesse e ninguém lhes pagasse.

         - Acerca da China. Para além de terem, os dirigentes, preparado o pós-coronavírus, o ataque ao continente europeu não abranda. Pacientemente, aguardam que a presa salte do covil, acabrunhada e triste, para lhe passar a mão no pelo. É o caso da firma Mota-Engil, refúgio socialista, sem dinheiro vendeu aos chineses 30% do capital. A pouco e pouco, vão tomando conta de tudo e estrategicamente distribuem os seus piões para o assalto final. Os políticos medíocres nem se dão conta da lagarta que nos imobilizará a todos. 

         - Evidentemente, todos os capitalismos se assemelham, seja o dos Estados comunistas ou das multinacionais das sociedades de consumo. A Ryanair acaba de reduzir os salários dos seus funcionários portugueses para menos do salário mínimo nacional. A Covid -19 veio mesmo a calhar a estes connards furibundos do lucro.   

         - Os números da Covid – 19 em Portugal: 56.673 casos confirmados; 1809 mortes; 41.367 recuperados.


         - Ligeiros farrapitos de chuva esta manhã. As temperaturas desceram e tudo ficou mais suportável. A água da piscina evaporou-se a baixo dos skimers pelo que cuidei de a reabastecer. Apanhei figos. Regas abundantes em árvores, hortênsias, morangueiros. Passei a roçadora pelo espaço em frente à casa. Dia luminoso. Paz. Serenidade. Enchi os pulmões de ar puro e do silêncio perturbado somente pelo farfalhar das folhas das laranjeiras.