segunda-feira, agosto 17, 2020

Segunda, 17.
Contei ao Raul que veio aí o meu dia de ontem, a quantidade de coisas que fiz. Ele: “Possa! Como é que aguenta? Não aguento, faço simplesmente.” Tranco-me na ideia que os meses mais difíceis são entre Junho e Outubro; penso que ainda suporto um certo ritmo porque não páro; não vivo trancado num apartamento em Lisboa, e dada a minha escolha de vida, tenho de andar para frente contra uma dor aqui outra acolá. Lamentar-me não resolve nenhum problema.

         - Quem também apareceu de improviso, foi o Carlos R. Pinto. Trouxe o filho, José, 20 anos garbosos. Já não pude nadar, mas isso que importa tendo em conta a estima que tenho por eles. Estivemos umas horas à conversa aqui e na esplanada no centro de Palmela. Carlos está preocupado com nova vaga da pandemia e decidiu não arriscar a exposição aprazada para a galeria do Café da Casa, em Setúbal. Diz que anda depressivo com a vida nascida do coronavírus.  
        
         - O preço do figo desceu. Sábado estava a 1,5, 2 euros o quilo. Eu nunca tive as figueiras tão carregadas. Já fiz duas vezes compota e dei quilos a amigos e vizinhos, o Carlos levou também. Mas já espreitam as maçãs, os dióspiros, as uvas, embora em algumas laranjeiras ainda colha todos os dias uma peça para o pequeno-almoço e tendo em conta que este não foi ano de fruta.  


         - Quero agradecer aos leitores que me enviaram elogios ao texto da minha queda à porta da Brasileira. Dizem-me que o lêem e relêem.