Segunda,
17.
Contei
ao Raul que veio aí o meu dia de ontem, a quantidade de coisas que fiz. Ele:
“Possa! Como é que aguenta? Não aguento, faço simplesmente.” Tranco-me na ideia
que os meses mais difíceis são entre Junho e Outubro; penso que ainda suporto
um certo ritmo porque não páro; não vivo trancado num apartamento em Lisboa, e
dada a minha escolha de vida, tenho de andar para frente contra uma dor aqui
outra acolá. Lamentar-me não resolve nenhum problema.
- Quem também apareceu de improviso,
foi o Carlos R. Pinto. Trouxe o filho, José, 20 anos garbosos. Já não pude
nadar, mas isso que importa tendo em conta a estima que tenho por eles. Estivemos
umas horas à conversa aqui e na esplanada no centro de Palmela. Carlos está preocupado
com nova vaga da pandemia e decidiu não arriscar a exposição aprazada para a
galeria do Café da Casa, em Setúbal. Diz que anda depressivo com a vida nascida
do coronavírus.
- O preço do figo desceu. Sábado
estava a 1,5, 2 euros o quilo. Eu nunca tive as figueiras tão carregadas. Já
fiz duas vezes compota e dei quilos a amigos e vizinhos, o Carlos levou também.
Mas já espreitam as maçãs, os dióspiros, as uvas, embora em algumas laranjeiras
ainda colha todos os dias uma peça para o pequeno-almoço e tendo em conta que
este não foi ano de fruta.
- Quero agradecer aos leitores que me
enviaram elogios ao texto da minha queda à porta da Brasileira. Dizem-me que o lêem
e relêem.