domingo, agosto 09, 2020

Domingo, 9.
O que o Governo do Mágico não explica porque não lhe convém, é que a Inglaterra e outros países não estão a interditar ninguém de vir a Portugal, mas simplesmente a exigir que no retorno fiquem sujeitos a quarentena. Portugal quer-se armar em vítima, em mártir a atira-se aos governantes dos países que mais não fazem que proteger-se e aos seus concidadãos – coisa que o governo socialista devia ter sempre em mente e não a facturação sobre a catástrofe nacional.

         - Os países sujeitos à tirania comunista - Hong Kong e Bielorrússia -, enfrentam o poder absoluto na rua. O primeiro, batendo-se contra a lei de Segurança Nacional escrita por Pequim; o segundo, farto de estar sob a pata de Aleksander Lukashenko há 26 anos no poder. A Rússia quer ter uma palavra sobre a sua antiga república e semeia o terror atirando para lá com mercenários. Mas os analistas vão mais longe e dizem que Putin quer de volta aquela “província”. O mais grave para mim, é a invalidação das 12 candidaturas pró-democratas às eleições para o Conselho Legislativo propostas para Setembro. Aquela lei tirânica chinesa prevê condenações, prisão perpétua para crimes como subversão, secessão, terrorismo, e conspiração aplicada a ajuntamentos de rua com mais de dez pessoas. Com o Dr. Oliveira Salazar, nós conhecemos isto.

         - Anteontem, ao serão, no ARTE concerto dos Queen de Budapeste, em 2016. Que pena o vocalista da banda ter morrido tão cedo! Freddie Mercury era de facto um artista multifacetado, um músico de enormes recursos, um actor de uma sensualidade em palco como poucos. Não era só a mise-en-scène durante o espectáculo, era igualmente a fulgurância, a intrepidez, a força e os arranjos de guitarra e viola que chegavam a durar um quarto de hora, servidos por uma dinâmica instrumental que parecia arrebanhar os sentidos e transportá-los ao mais sublime da arte. Era o Rock clássico que engendrou nele qualquer coisa que o ultrapassa e o faz credor da música que distende os sentidos, arrebata o coração e deixa as margens voar por abismos inóspitos onde nos perdemos em cascatas de sons e luzes de vida e êxtase.

         - Não abrandam os dias de canícula. Outro dia ouvi dizer não sei a quem, que num só dia tivemos 2 mil e tal fogos! É impressionante! A grande maioria fogo posto, negligência, ruralidade primitiva.


         - Hoje, manhã cedo, atirei-me a plantação junto ao gradeamento de uma série de pés da vinha virgem do Raul. Já fiz sucessivas tentativas de murar a entrada daquela forma natural, todas em vão. Salvo umas três hastes que rapidamente se expandiram. Mas ainda me faltam dez outras estacas para cobrir toda a frente da quinta. Apesar da madruga, daí a pouco tempo estava esgotado, transpirava em bica, os lombares numa papa. Mergulhei de seguida com a água tépida para meia hora de natação e voltar a mim renovado.