sábado, agosto 22, 2020

Sábado, 22.
Putin é um perito no género. Já não é a primeira vez que os seus opositores são envenenados e o destino de Alexei Navalni é mais que provável ter sido também intoxicado como, de resto, havia sido noutra altura. Ouvimos os seus gritos lancinantes dentro do avião Tomsk-Moscovo e o comandante da aeronave decide por isso aterrar em Omsk para que o líder democrático recebesse tratamento. Em coma, ficou sob alçada de médicos que disseram não haver indícios de envenenamento, mas sim de “doença metabólica causada pela falta de açúcar no sangue”. No entanto, foram-lhe detectadas substâncias químicas nos dedos, no cabelo e nas roupas. O advogado de 44 anos, bravo denunciador da corrupção que grassa no Governo, já esteve várias vezes preso e recebe com frequência ameaças e ataques das autoridades. Devido à desconfiança dos familiares nas instituições hospitalares e ao estado-limite em que se encontra, foi acolhido hoje num hospital alemão que para o efeito deslocou uma equipa de especialistas para o trazer. Vladimir Putin, choroso, desejou-lhe rápidas melhoras. Céus!

         - Mas a desumanidade e cinismo dos dirigentes comunistas não se fica por aqui. Em Whane, esta semana, preparada com rigor por Pequim, aconteceu uma festa gigantesca com milhares de chineses dançando e cantando sem máscaras e em contactos físicos ao som de um dos artistas populares lá do sítio. Aquela manifestação quer dizer ao mundo que eles são mestres a subjugar o vírus, que os países podem confiar-lhes a compra da sua vacina e é espelho de uma liderança que põe a léguas de distância a americana. Não nos esqueçamos que os chineses, mesmo antes da epidemia, já tinham lubrificada a máquina de venda de máscaras, aparelhos de respiração, fatos impermeáveis, etc.  

         - Na califórnia 200 mil pessoas foram desalojadas das suas casas devido a múltiplos incêndios, pelo menos seis morreram. Os fogos foram provocados por violentas trovoadas durante uma tempestade que não memória.


         - No culminar de uma semana de corrupio contubernal, ontem almocei nas docas de Belém com o Guilherme e Carlos. Conversa superficial, mas nem por isso desinteressante, provida de risada e boa camaradagem. A esplanada estava cheia, o sol reflectia nas águas do Tejo, atmosfera de veraneio, corpos desenhados contra o azul imenso do céu. Um perfume de felicidade volteava no ar.