Sexta,
3.
Só
ouço falar de milhões, mil milhões para isto e para aquilo: layoff,
desempregados, empresas em apuros, a compra da TAP por 1200 milhões, a Efacec
da senhorita Isabel, Novo Banco, PPPs... Mas de onde vem tantos milhões? Estará
a Casa da Moeda (se é que ainda existe) com as rotativas a trabalhar noite e
dia? Ou somos ricos e vendem-nos como pobres? Ou isto não passa de mais uma
magia que faz brotar da mina de ouro o saco cheio do ladrão? Mistério. A TAP
que todos dizem a bandeira-imagem de Portugal e durante os anos recentes da
privatização era a pior companhia de todas as que voam de e para Portugal! Em
Abril, no pico da pandemia, ficaram-me com o dinheiro da viagem de ida e volta
a Budapeste, desligaram todos os contactos para não serem incomodados e não
terem de devolver o que não lhes pertencia, e quando me desloquei ao aeroporto,
sou informado que perdi a viagem e se quisesse voar mais tarde teria de pagar
de novo as passagens e por um preço ainda mais elevado. Isto foi este ano. O
ano passado, fui a Madrid encontrar-me com a Annie. Outro desastre. Tempos
infinitos nos aeroportos, atrasos, nenhuma explicação, passageiros a granel sem
o mínimo respeito por aquele que paga, etc. Perguntar-me-ão: e nacionalizada é
melhor? Claro que não. Por isso, sempre que posso – e são muitas vezes
felizmente – escolho outra companhia que ainda por cima praticam preços mais
baratos e somos melhor considerados.
- Parece que há centenas de presos em
Hong Kong e outros tantos deixaram o território. O ditador chinês quer acabar
com o movimento pró-democracia e não olha a meios. Se for necessário liquida os
jovens que gritam pela liberdade ou simplesmente pelo acordo estabelecido para
vigorar até 2047 entre a China e Inglaterra: “Dois países, dois sistemas.” A
nova lei de segurança decretada por Pequim é a mesma que forçou o Tibete a
render-se à pata chinesa.
- Fui a Lisboa. Antes de partir, tive
de alimentar a família Black, regar as hortênsias, olhar a piscina que devia aspirar para “esgoto” como o técnico me aconselhou fazer. Não o fiz de manhã,
vou fazê-lo daqui a pouco quando a temperatura descer.