domingo, julho 12, 2020

Domingo, 12.
A semana passada no canal Arte e ontem no TV5Monde, assisti a concertos de música clássica e ligeira de alto gabarito. Através da parabólica, posso enriquecer-me e fugir à merdalhice do futebol, dos concursos, das telenovelas e dos programas ditos de entretenimento que são de um vazio de bradar aos céus. Dizem os directores de programação dos quatro canais nacionais de televisão, que é isto que o pagode gosta. Mas como podem eles ter tanta certeza, se não lhes dão outra coisa! Do futebol à brejeirice, tudo pode entreter. O problema está na alienação e no facto de porem milhões de pessoas diante da TV como se estivessem a comer ração estragada à manjedoura. Eu não vejo televisão – vejo programas.


         - Domingos são os dias de maior labor. Aproveitando a energia chinesa um pouco mais barata, redobro o trabalho que me obriga a utilizá-la: limpeza manual da piscina, regas mais prolongadas, toda a grande zona de laranjas e limões abundantemente irrigada, um prato no forno para arquivo no congelador consumido durante a semana. São mais de três horas de trabalho árduo. Li um extenso ensaio de Tristan de Laffon sobre as peripécias de publicação do Journal Intégral de Green, cujo primeiro volume de 1400 páginas li em Janeiro deste ano. São 17 horas e 1 minuto. Vejo o concerto clássico no Arte dirigido por Morricone. Está tanto calor que não ouso ir nadar.