Sábado,
25.
O
relatório do Tribunal de Contas que trata da análise aos gastos com a Covid-19,
é surpreendente sob vários aspectos. Nem vou referir-me à disparidade de preços
nos contratos por ajuste directo para máscaras e viseiras onde, por exemplo, a
Câmara de Oeiras gastou qualquer coisa como 9,8 milhões, Lisboa 4,4 milhões,
Oeiras 3,2 milhões. Quero espantar-me com a capacidade financeiras destes
municípios, que gastaram mais que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo
Jorge e outros organismos a nível nacional. O espantoso para mim, é a riqueza
em dinheiro líquido das câmaras por esse país fora. Antigamente ninguém queria
ser um simples presidente de junta, de câmara e assim. Hoje eles batem-se com
unhas e dentes por alcançar essa mina de oiro que manobra milhões por ano. De
onde vem tanta riqueza? Dos impostos, bem entendido. Os cidadãos pagam cada vez
mais impostos, sobretudo o Imi que foi a nascente preciosa que faz mover todas
as ambições. Não há capanga nenhum que não ambicione aquelas cadeiras. E quando
toca a haver mão livre como no caso da aflição da Covid, é vê-los meter ao
bolso somas astronómicas. Há máscaras cirúrgicas compradas a 2,5 euros cada!
Uma amiga que mora em Cascais a quem eu contei este facto, diz-me que uma coisa
é a propaganda outra a realidade.
- Ontem, em discussão com o João,
falou-se do ditador Putin e do seu regime comunista. O meu amigo empolgava-se
com os 80 por cento de votos que deram à criatura poder até 2036; eu contrapus
que os mesmos 80% outorgaram ao Estado Novo o domínio ditatorial por quarenta anos.
Mas Putin foi mais além na dança de cadeiras entre ele e Dmitri Medvedev. Farto
de dançar, fez uma lei para si próprio. Os regimes democráticos da Europa,
deviam abster-se de fazer negócios com países onde impera o terror de um só
homem.
- Vá-se lá compreender os autarcas e
os governos. O bebé Nestlé quer vedar o centro de Lisboa aos automobilistas e
reduzir os carros que entram todos os dias aos milhares na cidade. Os
socialistas, social-democratas, comunistas, esquerdistas e até a direita,
alinhando com o popularucho que não percebe nada de nada, pregam a favor do
Planeta, do CO2, do buraco do ozono e de não sei mais o quê, proíbem tudo e
mais alguma coisa, infernizam a vida dos cidadãos, eles que eu nunca vejo nos
transportes públicos. Mas logo se abrem em competências, em júbilo, em vaidades
pacóvias quando conseguem atrair, neste caso para o Algarve, o campeonato de fórmula
1. Então esquecessem-se dos compromissos com o clima, os decibéis, a saturação
da atmosfera, o perigo para as pessoas, os oceanos, as florestas, as cidades, o
campo. Falam mais alto os negócios, o gás carbónico não existe. Acham que é de
levar a sério esta pandemia populista que nos governa?
- Ontem tive um serão mais longo que o
habitual. No ARTE passava a vida palpitante do duo Simon and Garfunkel. Dizia-se
quando o LP saiu, em 1970, que os dois eram namorados e só o seu amor pôde
produzir o magistral Bridge Over Troubled
Water. Seja. Nas tintas. O facto é que o disco e a sua música sem mácula,
atravessaram o tempo e ainda hoje se ouve com emoção. Numa altura em que a
maior parte da música que se produz é lixo, e os músicos para se afirmarem têm
de se mascarar, tatuar, exibir violência e atestados de menoridade, eles
apresentaram-se simples, sem nenhum apetrecho pessoal salvo a riqueza do seu
trabalho. Em palco, Paul Simon, vai ao ponto de cantar de braços cruzados, com
uma simplicidade e naturalidade contagiantes, deixando que a música entre nos
corações dos milhões de espectadores daquela maneira sublime. Quanto do que era
desceu da memória para unidos me transportar de novo aos anos turbulentos que
foram os meus! Pudesse eu esquecer tudo e começar a vida do ponto onde a perdi
para a pessoa que sou hoje!
- Um
vento fresco varre o espaço consentindo um dia mais ameno. Vou experimentar
nadar depois do acidente. Se conseguir fazer sem problemas meia hora de
natação, considero o assunto encerrado. Sinto-me desde ontem mais confiante.
Esta manhã adiantei até uma página no Matricida.