Segunda, 25.
O facto mais entusiasmante do dia, foi a
vitória dos que dão voz a democracia em Hong Kong. Resta saber como vai reagir
o ditador Xi Jinpíng
ping ping, para quem a democracia é um sistema bizarro. A ele só que lhe
interessa a filosofia, a moral e o poder chinês.
- Rocha Pinto telefonou-me, emocionado, com o artigo que escrevi acerca
da sua recente exposição (ver quarta-feira, 6 de Novembro). Os papéis
inverteram-se. Quem devia estar agradecido era eu pelos momentos de puro prazer
para o espírito que ele me proporcionou.
- Dou-me conta que nada disse sobre a exposição que o museu Louis
Vuitton consagra a Charlotte Perriand (1903-1999). Confesso que conhecia
vagamente o seu nome, mas nada sabia em concreto das suas actividades. Que
foram múltiplas e arrumadas em pioneira da sustentabilidade do Planeta e do
desperdício das sociedades de consumo. Ela pensou cedo no equilíbrio da
natureza e dos espaços habitacionais, sem descorar o conforto, a arte e a
humanização, numa junção feliz e funcional cara à nossa existência. Arquitecta,
trabalhou com os maiores do século passado: Corbusier, Pierre Jeanneret, André
Tournon e tantos com quem traçou as linhas funcionais dos interiores, dos
prédios, dos objectos práticos da vida quotidiana, num afã inventivo que
começou pelos anos 1920 e nunca a largou. Quando se dá a Segunda Grande Guerra,
Charlotte Perriand é convidada a trabalhar no Japão. Para a época uma tal
aventura, sobretudo sendo mulher, é quase a consagração. Integrando a equipa do
atelier de Corbusier, conhece dois arquitectos japoneses debutantes: Junzo
Sakakura e Kunio Maekawa É graças a eles que as portas do Oriente se abrem e
ela se impregna de um certo conceito estético nos anos de estudo e labor em
Tóquio. Deixou a sua assinatura em inúmeros trabalhos e até ao fim da vida
nunca largou de participar em acontecimentos relevantes no país. País que fez
questão de conhecer em todas as latitudes e saberes: do artesanato aos
interiores leves e de um certo rigor minimalista, às cidades e campos
tradicionais, carregados de história. A fusão do Ocidente com o Oriente foi um
passo. Em simultâneo, a arquitecta artista, conviveu com os maiores do seu
tempo: Picasso, Léger, Laurens, Braque, Miró e passo. É de tudo isto que se fala
nos quatro ou cinco andares da Fundação. Mais uma vez, Louis Vuitton marca a
diferença pelo modernismo e vigor da arte contemporânea.
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O diálogo entre a artista e o visitante. |
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Mobiliário de interior |
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Maqueta para residência hoteleira, 1980 |
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Dora Maar, Picasso, 1936 |
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Duas mulheres, a corda e o cão, Le Corbusier, 1935 |
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A Banhista, Léger, 1932 |
- Os jornais aqui citam o Papa Francisco: “L´utilization de l´énergie
atomique à des fins militaires est aujourd´hui plus que jamais un crime. (...)
La véritable paix ne peut être qu´une paix désarmée.”