sábado, novembro 23, 2019

Sábado, 23.

Impossível registar todos os passos de um dia. Os acontecimentos atropelam-se, o tempo escasseia, tudo corre a uma velocidade que não consigo acompanhar. Tendo saltado sem uma palavra a visita a verdadeiros bastiões de cultura e beleza: museus, paisagens, sítios divertidos, pessoas interessantes com quem estive, almoços, jantares, monumentos... Precisava de me fechar um dia inteiro a rememorar tudo o que me apaixonou nestes últimos dias. Mas a prioridade vai para o romance que, por exemplo, hoje me fez saltar da cama às seis da manhã ainda o parque de la Courneuve mergulhava no sono profundo com seus animais rasteiros, as aves, o mundo secreto que a noite debita em dobro debaixo da minha janela. Acabo de chegar de um almoço com a Ursula, a minha querida filósofa diminuída devido a um cancro num seio. Restabelecida, ei-la de novo possuidora da argumentação que sustenta os desaires da vida. Ouvi-la é parar diante da luta que dá sentido aos dias.