segunda-feira, novembro 18, 2019

Segunda, 18.
Os bravos jovens de Hong Kong não desarmam. Para responder à violência da polícia às ordens do ditador que governa a China, criam esquemas, “armas”, protegem-se como podem, enfrentam com intrepidez os senhores instalados no poder. É absolutamente necessária a sua luta na defesa dos ideais de liberdade e democracia. De contrário, é dali que vai sair a nova ordem mundial açaimada e esclavagista, de que os governantes no Ocidente não percebem ou fingem não perceber, dado que só os negócios interessam. A pouco e pouco, com a paciência e o sorriso que se lhes reconhece, a China invadirá o mundo e imporá a ditadura de um só homem habituado a domesticar milhões.  


         - Tendo saído no metro S. Paul para ir à Rue de Turenne procurar o que precisava, achei-me, de súbito, numa parte de Paris para mim desconhecida. Se digo ignorada, não quero dizer estranha, porque a cidade da malha antiga, é uma unidade arquitectural muito bonita, onde o arquitecto de Napoleão III pôs a sua assinatura. Na volta, perdi-me e vagueei pelo vizinho Marais que o majestoso edifício da Marie separa. Seguramente três horas para chegar ao Halles, sob chuva constante. Como não tinha levado protecção, cansado e molhado, estacionei num dos muitos bistros para um chocolate quente. A seguir atravessei da Rive Droite para a Rive Gauche, tenho mais tarde tornado a passar por cima do Sena para amanhar o metro naquela barafunda de gare que é o Châtelet. Melhor dizendo, naquele inferno onde se cruzam milhares de pessoas apressadas para destinos que se apartam da capital e é por si só o retrato hediondo da vida moderna. Quando entrei em casa, foi como se chegasse ao paraíso.

O Sena num dia pardacento de chuva.