sexta-feira, março 22, 2019

Sexta, 22.
São manifestos os repúdios dos portugueses que vivem em Moçambique e, particularmente nestas horas terríveis, os que foram atingidos pelo ciclone Idai. Arrasam o consulado português. Dizem que só oito dias depois estão a aparecer, que foi inexistente na Beira e noutros locais onde era necessário, deixando-os completamente entregues à sua sorte. É curioso, a mim nada disto surpreende. Ai de nós se uma catástrofe um dia varre este rectângulo! Pelo que se viu há dois anos nos incêndios de Pedrogão e pelo que se viu o ano passado no do Algarve, a irresponsabilidade de todos nunca é apurada porque uma teia de amigalhaços e conveniências políticas se dissemina por organizações, postos de comando, autarquias e juntas de freguesia. Pagamos a milhares e milhares de empregados, funcionários, pessoal disto e daquilo e todo o dinheiro se vai em suster o desemprego e a romancice de uma classe que não pode ser despedida, tem Segurança Social especial, ganha mais que nos privados e não é responsabilizada por nada.  

         - O PCP está contra a nova lei de fiscalização dos políticos, por entender decerto que a classe política é demasiado séria e honesta para ser fiscalizada. Não se percebe. Em que mundo vivem os comunistas? Depois do que se assiste por todo o lado: aldrabices dos senhores deputados, a começar na declaração dos seus bens e a terminar nas moradas vigarizadas, as viagens inventadas, as presenças falsificadas. Os tribunais que nestes últimos vinte anos só trabalham para denunciá-los e as centrais de advogados laboram a fundo para os ilibar. Como pode o PCP opor-se a que o povo conheça como enriquecem aqueles que lidam com o nosso dinheiro e têm acesso fácil ao tacho que não param de rapar!  

         - Não só aqui. O Brasil é um campo de concentração a céu aberto de ladrões. O empertigado e filistino ex-Presidente do Brasil, Michel Temer, acaba de ser preso implicado também na célebre Operação Lava-Jacto. O curioso, neste caso como em tantos outros, é que estes malfeitores exibem na cara e na lapela, o que são – ladrões e vigaristas. Os tribunais deviam prendê-los sem gastar recursos públicos, porque eles dizem escondendo e mentido, tudo o que na realidade fizeram. Está tudo registado naquelas caras feionas, só as leis feitas para encher de divisas as catedrais de advogados que tudo fazem para construir os altares onde os elevam em adoração pelo muito que lhes deram a ganhar. Meus queridos gilets jaunes, não faltem amanhã nas ruas. Precisamos de vós para ajudar a denunciar este clientelismo que aquartela o pai e a mãe, a esposa extremosa e o filhinho querido, sem faltar o gato e o cão de estimação.