Sábado,
9.
Cardeal
francês Phillipe Barbarin, a mais alta figura da Igreja em França, foi
condenado a seis meses de prisão por encobrir um sacerdote que abusou de vários
escuteiros durante dez anos. O bispo de Lyon pediu a demissão e deverá
encontrar-se com o Papa na próxima semana. Devo esclarecer, que este prelado,
quando Hollande legalizou o casamento homossexual, disse que a medida
era uma ruptura com a sociedade.
- Esta manhã tive de abandonar
apressadamente o Café da Casa, porque entrei em comoção quando corrigia a ponta
final do romance. Que idiota! Sofria como se aquilo que havia lido fosse um
episódio a que assistira horas antes ou parte de uma realidade que alguma vez houvesse
acontecido.
- Por cá é o horror que se instalou
talvez empurrado pelo espectáculo que dele fazem as televisões. A cabeça de uma
mulher foi encontrada num contentor do lixo nos arredores do Porto. Isto passa
tudo quanto se possa imaginar e os filmes de terror oferecem. Eu acho que chegámos
a este estado, porque os padrões morais, sociais, civilizacionais deixaram de
fazer parte da natureza humana, substituídos pela obsessão do PIB, do défice, das
bolsas de valores, dos lucros empresariais passados para o primeiro lugar das
preocupações dos Estados. As pessoas são números, são matéria de trabalho, são
consumidores, são votantes de quatro em quatro anos, são subestimadas, são... nada. Onde podemos refugiar-nos
nos dias de hoje para não darmos em doidos e suportarmos o peso medonho da indiferença,
do salve quem puder, do egoísmo e da avidez, do desnorte da Igreja e dos seus eclesiásticos
senão à protecção do bom Deus.