Quinta, 7.
Há
dias estando eu a parar o carro, estacionava na minha frente um outro com esta
inscrição: “Movido a Hidrogénio” seguido do número de telefone. Pedi
explicações ao seu condutor, um mecânico com oficina aberta ao público, que me
mostrou a adaptação operada na viatura que circulava a gasóleo. A alteração é
quase nula. Um kit importado de França, espécie de caixa onde entra a água que
depois cria o hidrogénio à passagem do gasóleo. Se bem compreendi, esta magia,
além de melhorar a condução tornando-a mais cómoda e sem ruído, consome apenas
2 litros de combustível aos 100 quilómetros e polui praticamente zero. Melhor
ainda para o querido planeta santificado na boca dos políticos e injuriado na
dos construtores da indústria automóvel, não há precisão de trocar de carro. O
enorme embuste que se está a criar em torno dos gases de estufa, obrigando as
populações a enormes sacrifícios financeiros e de alteração de vida, sem falar
no preço – ninguém explica quanto vai custar para ao automobilista a mudança e
a manutenção das viaturas – está, todavia, a posicionar largos sectores
económicos na criação de empresas de distribuição de electricidade - o novo
filão metodicamente estudado para engrossar o grande capital. Volto a dizer: o
Planeta não tem para estes senhores nenhum interesse. Quanto aos governos,
limitam-se a impor o que lhes ordena as multinacionais. Podia-se queimar a
etapa do carro eléctrico, mas sobre isso chiu. Dá mais lucro comprar novo que
aproveitar o que existe.
- A prova que a Justiça no nosso pobre
país se faz nos media, está no afastamento dos casos chamados de violência
doméstica do juiz Neto de Moura. Por outro lado, não é criando o dia nacional
de luto pela violência doméstica, com as mulheres na rua a protestar (e já
agora onde andam os machos que não se queixam e não se vêem) que as coisas
melhoram. O que é necessário perceber é que a sociedade está doente, decadente,
que os valores outrora suporte da condição moral e cívica, desapareceram
substituídos por valores em cifrões e moinhos de vento que suplantam toda e
qualquer teoria de decência convivial e familiar. Acresce que quando alguém
(mulher ou homem já agora) se queixa das primeiras agressões, as instituições
tenham pessoal formado e rápido para se interpor evitando o pior. E já agora que
os filósofos e pensadores avancem junto dos políticos de forma a desviá-los das
tentações populistas de entrar na enxurrada ignorante que por aí corre, sem outro
fim que arranjar nome e culto pessoal. É curioso observar como em Portugal toda
a gente tem opinião sobre tudo, mas... unissonante! O jornalismo como eu
aprendi, desapareceu. Hoje não há jornalistas, há comentadores. Quase me
apetecia dizer, meios de transmissão.