Terça, 12.
Este
tempo assemelha-se muito àquele outro quando Cavaco Silva era
primeiro-ministro. Se bem se lembram, nessa altura, o chefe do Governo apregoava:
“Portugal é um país de sucesso”. Nós que nele vivíamos olhávamos em volta e
víamos as empresas a falir, as greves nas ruas, o poder de compra em queda, a
sociedade a derrapar.
- 600 infelizes chegaram à costa
italiana fugidos de todo o lado onde a vida e a guerra se tornou insuportável. O
novo executivo recusou recebê-los assim como fez Malta. Foi Espanha que lhes
abriu as portas. De quem é a culpa? Para mim da nossa querida e amada União Europeia.
Muito fez a Itália durante anos a acudir a milhares e milhares de imigrantes sem
ajudas de ninguém. Outros antes dela bateram com a porta: Áustria, Hungria,
Polónia e não sei mais quem. Acusam agora o 5 Estrelas e Di Mario de direita,
mas os de esquerda limitam-se a chorar lágrimas de crocodilo sem fazerem nem
metade do que fez Itália pelos desafortunados.
- Marcelo está a transformar-se numa
personagem ridícula. Fala, fala, fala disto e daquilo, de tudo e nada. Um dia
deste alguém vai gritar: “Por qué no te callas”. O homem anda tão feliz por ter
realizado aquilo que ambicionava nas suas homilias televisivas, que chega a ser
patético para não dizer populista.
- Como eu aqui previ, são já vários os
jogadores do Sporting que rescindiram com o clube. Vão ficar multi-milionários.
Também em que pensa aquela gente, tendo vindo de onde vieram!
-Hoje, in extremis, fui com a Conceição à Feira do Livro. O João tinha-me
prevenido de manhã que o certame estava enorme e era preciso subir e descer o
parque por inteiro ocupado com standes. Nada que me intimidasse, a mim como à
minha amiga. Regressei com a mochila pesada e esmorecido com o que vi e ouvi
aos editores: que este ano as coisas estiveram fracas, muito menos clientes e
uma descida de 20 por cento relativamente aos anos precedentes. “Não há dinheiro”
dizia-me um livreiro. Nada que eu não saiba.
- Aquele cumprimento de mão e o
sorriso de circunstância de Francisco Louçã, domingo, ao João Corregedor quando
nos encontrámos na fila do restaurante em Setúbal! A simpatia, entre aquela
gente, serve-se fria.