terça-feira, junho 12, 2018

Terça, 12.
Este tempo assemelha-se muito àquele outro quando Cavaco Silva era primeiro-ministro. Se bem se lembram, nessa altura, o chefe do Governo apregoava: “Portugal é um país de sucesso”. Nós que nele vivíamos olhávamos em volta e víamos as empresas a falir, as greves nas ruas, o poder de compra em queda, a sociedade a derrapar.

         - 600 infelizes chegaram à costa italiana fugidos de todo o lado onde a vida e a guerra se tornou insuportável. O novo executivo recusou recebê-los assim como fez Malta. Foi Espanha que lhes abriu as portas. De quem é a culpa? Para mim da nossa querida e amada União Europeia. Muito fez a Itália durante anos a acudir a milhares e milhares de imigrantes sem ajudas de ninguém. Outros antes dela bateram com a porta: Áustria, Hungria, Polónia e não sei mais quem. Acusam agora o 5 Estrelas e Di Mario de direita, mas os de esquerda limitam-se a chorar lágrimas de crocodilo sem fazerem nem metade do que fez Itália pelos desafortunados.

         - Marcelo está a transformar-se numa personagem ridícula. Fala, fala, fala disto e daquilo, de tudo e nada. Um dia deste alguém vai gritar: “Por qué no te callas”. O homem anda tão feliz por ter realizado aquilo que ambicionava nas suas homilias televisivas, que chega a ser patético para não dizer populista.

         - Como eu aqui previ, são já vários os jogadores do Sporting que rescindiram com o clube. Vão ficar multi-milionários. Também em que pensa aquela gente, tendo vindo de onde vieram!

         -Hoje, in extremis, fui com a Conceição à Feira do Livro. O João tinha-me prevenido de manhã que o certame estava enorme e era preciso subir e descer o parque por inteiro ocupado com standes. Nada que me intimidasse, a mim como à minha amiga. Regressei com a mochila pesada e esmorecido com o que vi e ouvi aos editores: que este ano as coisas estiveram fracas, muito menos clientes e uma descida de 20 por cento relativamente aos anos precedentes. “Não há dinheiro” dizia-me um livreiro. Nada que eu não saiba.  


         - Aquele cumprimento de mão e o sorriso de circunstância de Francisco Louçã, domingo, ao João Corregedor quando nos encontrámos na fila do restaurante em Setúbal! A simpatia, entre aquela gente, serve-se fria.