Quinta, 7.
Os
povos têm que se defender daqueles que os desprezam e os tomam por súbditos
insignificantes. Ao que a política chegou, não há outra solução, embora os
governantes com as costas quentes das policias, digam que nos devemos
manifestar civilizada e democraticamente, enquanto eles com palavras doces e
educadamente nos infligem as maiores atrocidades e mentem sem-pudor. Vai daí os
palestinianos criaram uma nova arma que custa cerca de dois euros e dizima
milhares de hectares de terras, casas e povoações israelitas: um balão com um
grande rabo a que eles antes de levantar voo ateiam fogo. É um prodígio de
imaginação. Estou de joelhos a louvá-los.
- Passei duas horas a lavar o carro,
enquanto a Piedade arranjava os quartos e dava uma arrumação no salão. Às
tantas, cansado, disse-lhe: “Foi preciso receber o bispo vermelho (João
Corregedor) para, enfim, ter o automóvel limpo. Forte gargalhada da Piedade
que, para não destoar das suas origens, vota sempre PCP.
- Eu devo ter sido dos poucos a topar
desde o início a impostura da política do Mágico. No meu restrito circulo de
amigos, todos diziam que eu sou um inconformista, digo mal de tudo e todos e
assim. Agora são eles que me dão razão – demasiado tarde. A patetice está
instalada, a cobrança não tarda.
- Os editores, ante o valor intrínseco
do que eu lhes envio, encontraram uma fórmula de recusar o meu trabalho:
praticando a censura. Dizem “não está em causa a obra, é o tema que não se
enquadra na nossa editora”. Como eu os compreendo! Recuso-me a fazer parte da mediania
que por aí vai. Assim como não receio pela publicação das minhas coisas após a
morte. Mas ceder ao que por aí vejo, não. Como costumo dizer, a escrita é demasiado
sagrada para que eu a leve a leilão.