Sexta,
15.
Não
me conformo com a barbaridade que à conta da incompetência do Governo e das
autarquias com o beneplácito e afectuoso consentimento do Chefe de Estado,
permitiu que centenas ou talvez milhares de árvores tenham sido abatidas. Por
aqui a paisagem é outra, e até os caniçais não foram poupados à ira e lucro dos
biscateiros que levaram tudo à frente. Às populações, ante a ameaça de multas
assustadoras, não restava outra alternativa. O tão querido planeta que os
políticos dizem respeitar, não foi para aqui chamado. Que país miserável este!
Ou antes que bela língua de terra e mar, tão mal amada pelos políticos que só
neles pensam. Choro pelos milhares de árvores condenadas à morte.
- Fomos abandonados pela democracia,
como antes havíamos sido pela ditadura.
- Vou fazer uma longa trégua aos
canais de televisão portugueses para fugir àquilo a que a esquerda no tempo de
Salazar e Caetano chamava “o ópio do povo” e que hoje serve a essa mesma
esquerda para orgias partidárias.
- António Barreto dá uma apaixonante
entrevista ao I. São nove páginas de
um interesse político e histórico que denotam antes de mais alguém que pensa
pela sua cabeça, sem os entulhos partidários nem as raivas dos que foram
governantes e deixaram de ser. Espírito livre, António Barreto é antes de mais
um intectual que pensa alto e deixa a sua marca no que diz. “Ser livre não é um
estado, é uma condição permanente. Eu tenho que pensar na minha liberdade todos
os dias.” Estas palavras dão-nos força para persistirmos na nossa independência.
Aconselho a sua leitura que nos aviva a memória do que foi a presença
dominadora do PCP no Alentejo no período da chamada Reforma Agrária. Foi ele o
ministro obreiro e ainda hoje sofre as litanias daqueles que queriam dominar
aquela parte de Portugal, substituindo-se aos tiranos patrões, mas com igual
ambição de subjugar.