sexta-feira, junho 15, 2018

Sexta, 15.
Não me conformo com a barbaridade que à conta da incompetência do Governo e das autarquias com o beneplácito e afectuoso consentimento do Chefe de Estado, permitiu que centenas ou talvez milhares de árvores tenham sido abatidas. Por aqui a paisagem é outra, e até os caniçais não foram poupados à ira e lucro dos biscateiros que levaram tudo à frente. Às populações, ante a ameaça de multas assustadoras, não restava outra alternativa. O tão querido planeta que os políticos dizem respeitar, não foi para aqui chamado. Que país miserável este! Ou antes que bela língua de terra e mar, tão mal amada pelos políticos que só neles pensam. Choro pelos milhares de árvores condenadas à morte.

         - Fomos abandonados pela democracia, como antes havíamos sido pela ditadura.

         - Vou fazer uma longa trégua aos canais de televisão portugueses para fugir àquilo a que a esquerda no tempo de Salazar e Caetano chamava “o ópio do povo” e que hoje serve a essa mesma esquerda para orgias partidárias.

         - António Barreto dá uma apaixonante entrevista ao I. São nove páginas de um interesse político e histórico que denotam antes de mais alguém que pensa pela sua cabeça, sem os entulhos partidários nem as raivas dos que foram governantes e deixaram de ser. Espírito livre, António Barreto é antes de mais um intectual que pensa alto e deixa a sua marca no que diz. “Ser livre não é um estado, é uma condição permanente. Eu tenho que pensar na minha liberdade todos os dias.” Estas palavras dão-nos força para persistirmos na nossa independência. Aconselho a sua leitura que nos aviva a memória do que foi a presença dominadora do PCP no Alentejo no período da chamada Reforma Agrária. Foi ele o ministro obreiro e ainda hoje sofre as litanias daqueles que queriam dominar aquela parte de Portugal, substituindo-se aos tiranos patrões, mas com igual ambição de subjugar.