segunda-feira, junho 25, 2018

Segunda, 25.
Eu fui demasiado precipitado quando entrei em contacto com a tradução e, sobretudo, as notas de José Carlos de Miranda no Apologético de Tertuliano. Devia ter dado tempo à adaptação ao glossário filosófico-teológico de Miranda, mas isso, creio, deveu-se ao corpo minúsculo das respectivas notas da Philokalia que me enervavam e fatigavam. De facto, o trabalho do ilustre professor, é notável de conhecimento latino-grego, preciosos os seus rasgados pontos de vista, enriquecedores na profundidade religiosa que o aproxima, nos dias de hoje, do escritor do séc. III d.C. nascido em Cartago. O que José Carlos de Miranda acrescenta à narrativa em conhecimento da vida romana, do Império Romano, das relações com aquilo a que Tertuliano chama o Século, isto é, o culto da idolatria no período antes da chegada de Jesus Cristo, se a editora respeitasse o leitor evitando-lhe o esforço da leitura em condições penosas, não teria 630 páginas, mas mais do dobro – e aqui reside o eterno problema das editoras portuguesas.

         - Andam todos contentinhos da Silva, propagandeando os méritos do actual sistema contra fogos. Dizem que “só em Maio houve 2.000 incêndios que não foram notícia porque o sistema funcionou”. Pergunta-se por que não aconteceu antes. Foi preciso que morressem mais de cem pessoas, centenas estejam reduzidas com acidentes físicos, famílias inteiras estejam órfãs dos que morreram, povoações reduzidas a cinzas, para não falar dos milhares de árvores queimadas. Portugal igual ao que sempre foi. A política hoje é propaganda pura e dura. Ante o abatimento selvagem das árvores, relembro o que li em qualquer lado: “As árvores são seres que sofrem.”


         - O espectáculo degradante do mundo do futebol, que espelha em cheio o que é o país, os dirigentes desportivos, os políticos, o povo é a imagem de algo assustador que vai minando a sociedade como um todo.