Segunda, 25.
Eu
fui demasiado precipitado quando entrei em contacto com a tradução e,
sobretudo, as notas de José Carlos de Miranda no Apologético de Tertuliano. Devia ter dado tempo à adaptação ao
glossário filosófico-teológico de Miranda, mas isso, creio, deveu-se ao corpo
minúsculo das respectivas notas da Philokalia que me enervavam e fatigavam. De
facto, o trabalho do ilustre professor, é notável de conhecimento latino-grego,
preciosos os seus rasgados pontos de vista, enriquecedores na profundidade
religiosa que o aproxima, nos dias de hoje, do escritor do séc. III d.C.
nascido em Cartago. O que José Carlos de Miranda acrescenta à narrativa em conhecimento
da vida romana, do Império Romano, das relações com aquilo a que Tertuliano
chama o Século, isto é, o culto da idolatria no período antes da chegada de
Jesus Cristo, se a editora respeitasse o leitor evitando-lhe o esforço da
leitura em condições penosas, não teria 630 páginas, mas mais do dobro – e aqui
reside o eterno problema das editoras portuguesas.
- Andam todos contentinhos da Silva, propagandeando
os méritos do actual sistema contra fogos. Dizem que “só em Maio houve 2.000
incêndios que não foram notícia porque o sistema funcionou”. Pergunta-se por
que não aconteceu antes. Foi preciso que morressem mais de cem pessoas,
centenas estejam reduzidas com acidentes físicos, famílias inteiras estejam
órfãs dos que morreram, povoações reduzidas a cinzas, para não falar dos
milhares de árvores queimadas. Portugal igual ao que sempre foi. A política
hoje é propaganda pura e dura. Ante o abatimento selvagem das árvores, relembro
o que li em qualquer lado: “As árvores são seres que sofrem.”
- O espectáculo degradante do mundo do
futebol, que espelha em cheio o que é o país, os dirigentes desportivos, os políticos,
o povo é a imagem de algo assustador que vai minando a sociedade como um todo.