Sexta, 5.
O centro das atenções está agora no Irão onde as
manifestações contrárias ao governo, aparentemente espontâneas e sem líderes
carismáticos, não abrandam. Há quem diga que está ali o dedo de Donald Trump
que convocou de urgência o Conselho de Segurança da ONU para debater a
situação. O regime carrega forte sobre os manifestantes. Os jovens em Teerão comandam a revolta que se
estendeu a todo o país. O Médio Oriente
está em vias de explodir: Iraque, Iémen, Síria...
- A Europa
está como está. De ano para ano, tudo piora e os cidadãos estão confrontados
consigo próprios, decidindo sozinhos do seu futuro, da sua saúde, da sua economia,
das suas vidas. A Grã-Bretanha que foi modelo no domínio da saúde, é hoje um
pântano onde deixa ao sofrimento milhões de ingleses. Os interesses privados
neste sector, trabalham forte para o destruir, lá como cá. Apesar de tudo, entre
nós, as coisas parecem melhor sustentadas malgrado os portugueses exagerarem
por falta de cultura e civismo, na utilização de um serviço que devia ser usado
com moderação.
- A Costa
Leste dos EUA está a ser fustigada por um frio nunca visto acompanhado de
chuvas diluvianas. Várias cidades estão num caos. Mesmo assim, Trump não se
convence a tomar tino no tocante às necessidades para fazer face ao aquecimento
terrestre.
- Cocteau
dizia a Paul Morand, em 1916, referindo-se a Barrès: “Il vieillit. Il ne faut
pas demeurer trop longtemps jeune, car alors l´on vieillit mal.”
- Escrevo no
silêncio da casa que a Piedade deixou num brinco. Chove. Pela janela baixa,
vejo as árvores despidas, olho o tapete verde que se vai estendendo à medida
que a água se infiltra nos dias de inverno. O meu trabalho é ritmado pelo
compasso dos pingos batendo nas janelas. Estou por assim dizer fechado numa
divisão cheia de portas e janelas abertas para a sinfonia que toca lá fora.
Tudo aqui respira paz, sossego, ausência do mundo sensível deixando lugar ao
mundo invisível onde Deus nos espera.