sexta-feira, janeiro 05, 2018

Sexta, 5.
O centro das atenções está agora no Irão onde as manifestações contrárias ao governo, aparentemente espontâneas e sem líderes carismáticos, não abrandam. Há quem diga que está ali o dedo de Donald Trump que convocou de urgência o Conselho de Segurança da ONU para debater a situação. O regime carrega forte sobre os manifestantes.  Os jovens em Teerão comandam a revolta que se estendeu a todo o país. O  Médio Oriente está em vias de explodir: Iraque, Iémen, Síria...

         - A Europa está como está. De ano para ano, tudo piora e os cidadãos estão confrontados consigo próprios, decidindo sozinhos do seu futuro, da sua saúde, da sua economia, das suas vidas. A Grã-Bretanha que foi modelo no domínio da saúde, é hoje um pântano onde deixa ao sofrimento milhões de ingleses. Os interesses privados neste sector, trabalham forte para o destruir, lá como cá. Apesar de tudo, entre nós, as coisas parecem melhor sustentadas malgrado os portugueses exagerarem por falta de cultura e civismo, na utilização de um serviço que devia ser usado com moderação.

         - A Costa Leste dos EUA está a ser fustigada por um frio nunca visto acompanhado de chuvas diluvianas. Várias cidades estão num caos. Mesmo assim, Trump não se convence a tomar tino no tocante às necessidades para fazer face ao aquecimento terrestre.

         - Cocteau dizia a Paul Morand, em 1916, referindo-se a Barrès: “Il vieillit. Il ne faut pas demeurer trop longtemps jeune, car alors l´on vieillit mal.”


         - Escrevo no silêncio da casa que a Piedade deixou num brinco. Chove. Pela janela baixa, vejo as árvores despidas, olho o tapete verde que se vai estendendo à medida que a água se infiltra nos dias de inverno. O meu trabalho é ritmado pelo compasso dos pingos batendo nas janelas. Estou por assim dizer fechado numa divisão cheia de portas e janelas abertas para a sinfonia que toca lá fora. Tudo aqui respira paz, sossego, ausência do mundo sensível deixando lugar ao mundo invisível onde Deus nos espera.