Domingo,
14.
Trágico
acidente ocorrido em Tondela de que resultaram oito mortos e dezenas de
feridos. Na origem está uma salamandra que terá propagado fogo ao telhado de
uma associação onde decorria um concurso. Quando quiseram fugir às labaredas, a
única porta estreita que abria para dentro, obstou a que escoasse a multidão
aos gritos que aí se amontoou. De fora, quem veio em socorro, não conseguiu
forçar a abertura. Agora toda a gente chora e com razão. Quando a dor abrandar,
que os políticos e autarcas expliquem uma vez por todas, que muito do que nos
acontece é a nós mesmos que devemos assacar responsabilidades. É inconcebível
que uma associação tenha funcionamento no estado que vemos nas imagens e não
possua o mínimo de segurança para a realização das suas actividades.
- A França, pelos vistos, continua às
voltas com o seu querido harcelement.
Quando lá estive em Novembro, não se falava de outra coisa. Agora a actriz Catherine
Deneuve junto com outras individualidades, veio com uma carta aberta defender a
libertação de importunar, repondo o direito a ouvir piropos, a alguns
apalpanços, e outros pequenos conluios de que eu falei aqui na altura (procurar mês
de Novembro de 2017). A verdade é esta: a mulher à força de reivindicar o
estatuto masculino, acaba por perder a sua identidade e reaproximar os homens
uns dos outros... Claro que distancio, separo, condeno o harcelement violento, continuado contra a vontade da mulher, a
supremacia do macho sobre a sua companheira, a violência física e psíquica,
enfim, tudo o que transborda da norma civilizada que deve unir um homem e uma
mulher. Mas também entendo que a mulher está muito provocadora... e espero que
o homem faça igualmente sobressair os seus dotes físicos de modo a incendiar os
apetites femininos... Querem ver o que é uma mulher que nos anos Vinte e Trinta
já era independente e não precisava de leis para se impor? Trata-se de Madame
Sarah Bernhardt. Um dia ela tomou o eléctrico para se dirigir ao teatro.
Esperou na fila e quando o transporte parou, subiu ligeiramente a saia para
transpor o degrau de veículo. O homem que estava atrás dela, atirou: “Que rica
perna!” Madame, parou, fitou-o nos olhos e respondeu: “Pois olhe, meu caro
senhor, a outra é precisamente igual.” (Abro um parêntese para informar que se
isto tivesse acontecido comigo, não poderia responder de igual modo... Ou
talvez um cavalheiro e uma dama dissessem em uníssono: “Que ricas pernas!”)
- A Tunísia voltou a acordar.
Manifestações em todo o país contra o custo de vida, os impostos, o desemprego.
Uma mulher dizia ao canal 2 francês: “Vivíamos melhor no tempo de Bourguiba.” Habib
Bourguiba governou o país de 1957 a 1987. Nesse período visitei o país de norte
a sul e pude ver muita pobreza. Agora se aquela pobre senhora se queixa do presente...
- Estou quase recuperado da decepção
que o mundo editorial de hoje me provoca. Tirando o lado bom do nojo que quase
todas as ditas editoras me provocam, direi que a luta tem que continuar – é na
luta que eu me remoço. Voilá. Dito
isto, estou a estudar uma estratégia que ponha a nu o gangsterismo. O país deve
conhecer a merdelhice editorial que por aí se instalou. Não é decerto em vão
que fui jornalista.