sexta-feira, janeiro 12, 2018

Sexta, 12.
Outro dia encontrei um amigo que conheci na Turquia durante uma viagem que fiz com a Zitó. Foi simpatia à primeira vista, porque tanto ele como a mulher, possuíam aquele golpe de diversidade que aprecio sobremaneira. Nunca mais nos largámos. Como eles viviam neste “deserto” e eu uns anos depois de voltar daquela viagem mudei-me de armas e bagagens para aqui, era frequente ir visitá-los ou eles virem aqui. Por isso, a notícia do seu divórcio, foi para mim um choque. Ele contou-me que sofreu, ela nem tanto. Ele continua a viver na mesma vivenda que conheço com a filha (o filho, artista plástico, mora na Holanda), reformou-se do banco onde tinha alto posto e por isso “tenho uma reforma mais do que confortável”. Pergunto-lhe como ocupa o tempo. Diz-me que comprou umas casas de xisto em Arganil e anda para cima e para baixo a restaurá-las, viaja muito, tem uma relação profissional com a China e vai lá com frequência. E assim finda uma vida a dois que ninguém diria poder terminar um dia. Eles estão a chegar aos sessenta anos. A mesma idade que tinha a Isabel quando me falava não ser possível separar-se de Saramago. O que aconteceu toda a gente conhece.

         - O prefácio ao livro desse ilustre político coimbrão, grande obreiro da democracia participada chamado António Arnaut em colaboração com João Semedo, Salvar o SNS, que estou a ler com muito interesse, o prólogo que para o livro escreveu D. Januário Torgal, Bispo Emérito, é simplesmente admirável. Eu não tinha sua Excelência em grande admiração, mas tenho de reconhecer que a sua escrita como o seu pensamento, levam-me a reconsiderar as minhas impressões.  

         - Almocei no Príncipe empurrado pelo “comandante” Paulo Santos. É um homem que a pouco e pouco veio a mostrar-se um amigo e que amigo! Ofereceu-me o seu livro À  Mesa com a Marinha II, uma recolha curiosa do luxo da nossa Marinha através dos tempos, onde não faltam cardápios, utensílios de mesa, locais de convívio gastronómico, e, claro, receitas concebidas por cozinheiros oficiais da Armada Tudo sob pesquisa apaixonada, atenta, profunda, gozada, servida por um português perfeito. Algumas fotos são muito belas.

         - A minha bela História com a câmara comunista de Palmela, parece não ter fim. Depois de me terem aumentado os juros na derradeira prestação - razão pela qual me recusei a pagá-la -, logo que rectificaram o erro paguei-a no último dia. Esta doce missiva explica o resto:

Caros Senhores,

Recebi agora uma carta-ameaça de excução (Ref. 368), ao modo da admnistração pública contra a qual me bati noutros tempos, dizendo que eu não havia liquidado a derradeira factura do consumo de água que não usei.

Fi-lo, sim, senhores na data aprazada, isto é, 4 deste mês, depois de receber a factura rectificada que reclamei, sem que essa Câmara tivesse a amabilidade de me responder.

O mais estranho, é o facto de a carta acima a referida, vir datada de 8 de Janeiro deste ano, tendo eu cumprido com o pagamento quatro dias antes. Quem fala verdade?

Os meus cumprimentos,


Anexo: Cupão de pagamento Multibanco.