terça-feira, janeiro 17, 2017

Terça, 17.
Não vou dizer (por enquanto) que aprovo tudo o que diz Ronald Trump. Contudo, há ideias com que estou de acordo. Por exemplo, uma outra forma de diálogo com a Rússia, a questão da OTAN, a União Europeia, as relações com Israel, certas atitudes face aos migrantes. Eu sei que o homem é sinistro, que diz coisas que não ligam com o status quo, mas se é para ficar tudo na mesma ou correr em lume brando como até aqui, então de nada serve a alternância governamental. Eu gostava que ele abanasse isto tudo. É disso que o mundo está necessitado. Já se percebeu que a chamada esquerda é mais conformista, mais acomodada, tão corrupta ou mais que a direita, governa com palmadas nas costas e sorriso complacente. Faz muito barulho, mas não resolve nenhum problema.

         - Estive à conversa com uma amiga que é casada com um médico de renome. Falei do actual Ministro da Saúde em modos reconhecidos e logo ela tendo em casa quem tem, me disse que contestava certas nomeações que Adalberto Fernandes assinou. Disse-lhe que não duvido. Agora que há no homem uma base de seriedade deontológica e moral de raiz, há. Depois, não nos esqueçamos que se trata de um político. Todos são serpentes, deslizam sobre a credibilidade pessoal conforme as circunstâncias e, sobretudo, os ditames partidários. Acima do país, dos cidadãos, das políticas correspondentes, está o partido. É por isso que nunca apreciei Mário Soares. Ele era sobre tudo um homem de partido. Evidentemente, não gostei que o ministro, na sequência dos resultados da morte do jovem David Duarte o ano passado no S. José,  tivesse silenciado de súbito os fundamentos que o nortearam no apuramento dos factos. Ele faz parte de uma geração que não dispensa o partido. Mas os partidos hoje, na grossa maioria, já não assentam em princípios ideológicos, em doutrinas filosóficas. São uma organização mafiosa que se orienta por interesses pessoais, corporativos, bando de rebanho pastoreado por uma capelinha de iluminados. Quem não é por mim, é contra mim. Vão ser precisas muitas gerações para alterar esta bizarria.  


         - Soubemos que o embaixador do Iraque para silenciar o pobre rapaz maltratado pelos seus dois filhos, pagou o silêncio com 40 mil euros e mais 12 mil de custas do hospital. Surpreendente! Os meninos que fizeram o seu número de striptease no bar de Ponte de Sor, enquanto no seu país outros da sua idade morriam para defender o país, estão agora livres para prosseguir o caminho para a completa condição de energúmenos. Basta uns patacos que os advogados ávidos aceitam, para que os favorecidos da sorte possam matar ou espancar quem lhes apetecer. A lei é feita para quem tem dinheiro. Não tivessem eles os milhares de euros e teriam como condenação uns anos de cadeia.