Segunda, 2.
O
atentado da passagem de ano em Istambul, foi obra do Daesh. Um só homem ao seu
serviço, liquidou duas dezenas de pessoas e feriu quase meia centena. Conseguiu
fugir e tem a polícia no seu encalço até ao momento sem resultados. Como é que
os barbudos, apesar dos ataques de todo o lado, conseguem ainda mobilizar quem
em seu nome faça aquilo que eles desejariam fazer. Mistério.
- Falámos quando cheguei, Guilherme eu
ao telefone. Logo nos pusemos de acordo para um almoço hoje com encontro na
Brasileira. Mas o pintor ficou retido na Fundação Champalimaud e João também
não apareceu. Nem por isso faltaram companheiros. Recusei ir aos restaurantes
do costume por demasiado barulhentos e disse-lhes que viessem eles almoçar
comigo à Adega da Mó. Aceitaram. Durante três horas discussões, risada, por
vezes pequenas zangas, atraíram as atenções dos comensais, mas não retiraram o
riso ao Sr. António, o proprietário, e ao Sr. João o servente. Gordilho e Virgílio
chegaram com uma história de arte na forma de lista telefónica, onde os seus
nomes vinham sinalizados. Era visível o contentamento do primeiro e a total
indiferença do segundo. Eu dei o meu parecer depois de ler o que se dizia sobre
eles e adiantei uma apreciação ao volume. Logo Gordilho: “Eu nunca te vi
elogiar um texto, um quadro, um artigo de jornal. Tu encontras sempre erros
ortográficos, falhas disto e daquilo, nunca estás satisfeito com nada. - Isso
não é verdade – repliquei. Gosto, por exemplo, do teu trabalho.” Riso geral.