Terça. 28.
O terramoto que sacudiu a UE não cessa de
difundir as suas ondas. Bruxelas e os países que fundaram o monstro, tudo têm
feito para tornar a vida difícil aos ingleses até, disfarçadamente, impor novo
referendo. Mas o Reino Unido é uma das grandes e antigas democracias do mundo, a
quinta potência mundial, e não admite desonrar o voto popular, mesmo que uma
boa parte do Parlamento esteja em desacordo com o Brexit. Bruxelas, o
Eurogrupo, o BCE, e todas as muitas instituições onde se constrói toda a
espécie de manigâncias para lixar a vida dos europeus submetidos à sua pata
pesada, cortando-lhes os seus direitos, liberdades, independência e a própria
democracia, começa a perceber que nada dura eternamente.
- Por cá, a menina maneirinha do BE, veio dizer um pouco para tomar a
dianteira, que está na hora de perguntar aos portugueses se querem continuar a
fazer parte do monstro. Falou só e só continuou porque nenhum outro partido lhe
seguiu a proposta. A simpática rapariguinha, enquanto político profissional,
devia saber que os portugueses, desde tempos imemoriais, sempre gostaram de
viver à conta do exterior que lhe apaparicasse a vidinha redonda, macia,
familiazinha, cristazinha, com pequenos docinhos à mistura. Portanto, se algum
dia eles saírem da União Europeia, não é de sua livre vontade, mas escorraçados
por pobres, miseráveis, ociosos e periféricos. O comandante de nós todos, foi
bem claro: “Quem convoca o referendo sou eu e agora não é oportuno.” Não é
hoje, como não foi nunca. Ainda que o próprio prof. Marcelo, quando fazia as
homilias ao domingo na TVI, tivesse afirmado que a UE um dia iria engolir um
sapo por não ter perguntado aos portugueses se queriam entrar num clube onde
todos eram ricos menos eles.