sexta-feira, junho 17, 2016

Sexta, 17.
Desencriptando. O que se passa na Caixa Geral de Depósitos é o retrato vivo do país pós-25 de Abril. É também a caverna de Ali Babá onde os políticos vão buscar a riqueza que paga os favores, os arranjos partidários e as arrogâncias pessoais. É igualmente o fim de carreira para alguns, com um acrescento fabuloso à modesta reforma de ministro, um ancoradouro de repouso ou veraneio. É ainda a fotografia perfeita da classe política que por lá passou, quero dizer, PDS, CDS, PS: aproveitadora, corrupta, incompetente, mafiosa, pesporrente. Agora é o contribuinte que vai pagar (pensa-se cada um de nós 700 euros!) para a abastecer o fundo de maneio que eles fizeram desaparecer rapando do tacho ou entregando de mão beijada a primos e tios somas astronómicas para negócios ruinosos à portuguesa. E lembrar-me eu que Passos Coelho e o seu bando queriam privatizá-la!

         - A canalha energúmena do futebol prolonga as cenas de violência. Desta vez foi em Lille que eu conheço bem e me fez pena reconhecer os sítios onde fui feliz. Ingleses e russos travam autênticas batalhas campais por todo o lado e os feridos são já em número considerável. Contudo, indiferente, o campeonato prossegue.

         - Um amigo esteve cá em casa há dias. Sofre de colesterol demasiado alto e para o baixar o médico receitou-lhe o Crestor, uma estatina perigosíssima. Disse-lhe que mudasse de vida, de alimentação, fizesse exercício físico, deixasse por completo o sal, comesse apenas o necessário, fosse pouco a restaurantes e teria mais trinta anos de vida (ele não deve ter quarenta). Sentado à mesa, perante aquilo que eu confeccionei, e acercando-se do sal: “Como podes tu comer isto assim insosso!”


         - Obama apresentou-se no funeral das vítimas de Orlando. Corajoso, fazendo a diferença numa classe política hipócrita, que prega a moral radical e pratica o oposto. O que é a homossexualidade senão um enigma.