domingo, junho 12, 2016

Domingo, 12.
Hoje tendo ficado um pouco mais entre lençóis, tive a insistência do cuco a acordar-me à minha janela. Segundo a Piedade que vive distante daqui uns quinhentos metros, também por lá se ouve o cântico do cuco a alegrar as manhãs. Quer-me parecer que temos na zona uma ou mais famílias deste adorador do sol e dos claros dias. É um prazer e uma companhia. Quando o ouço nos arbustos que cercam a quinta, não ponho nenhum disco nem ligo o rádio. A sua melodia ainda não foi escrita por qualquer compositor.

         - Tem muita piada João Pedro Henriques no Diário de Notícias de hoje ao associar Marcelo e Costa à dupla  Dupond e Dupond. Embora a mim me pareça que a communis opinio seja a oratória da farsa.

         - Todo o fim-de-semana absorvido pela correcção do livro que a Imprensa Nacional vai editar sobre o Guilherme Parente. Trabalho ingrato pois muitas vezes era preferível reescrever tudo de novo.

         - Para intervalar, fui dar uma volta ao mercado mensal do Pinhal Novo. Está por fazer o retrato do país através destes espaços de convívio e comércio. Se as inteligências dizem que o país mudou, é porque não se dão ao trabalho de veranear por estes sítios onde o povo na sua essência se mostra sem máscara nem artifício.

         - A sarna não só não nos larga, como alastra fechando-nos no desespero. E como não há político que não pisque o olho aos corruptos do futebol, ei-los de mão dada e sorriso macaco a mostrarem-se ao lado de dirigentes e jogadores. Quando digo não há político, rectifico: salvo a honrosa e salutar excepção de Pedro Passos Coelho.