Quarta, 22.
O professor Marcelo é uma caixa de
surpresas. Desta vez mandou fazer uma inquirição ao Palácio de Belém para saber
como se gastam os 16 milhões que os portugueses atiram para lá. Meu caro
Presidente, não se amofine. O país é rico, os seus compatriotas pagam poucos
impostos, a miséria é quase inexistente, os políticos são homens e mulheres de
honra, o dinheiro é redistribuído equitativamente. Olhe, se não sabe, somos de
tal modo abastados que aqui ao lado, um país onde reina uma casa real, os
gastos que os contribuintes dão para manter o rei e a família andam pelos 8
milhões. É verdade, querido Primeiro Magistrado, que aquela gente é forreta, os
espanhóis constantemente de olho nos gastos, e a realeza nem se permite um pé
de dança fora do Palácio da Zarzuela. Que quer, povos!
- Rebentou mais um escândalo que vai desorientar a vida dos pequenos
obrigacionistas que investiram na PT: a falência da Oi. O número dá vertigens:
17 mil milhões de euros de dívidas! O cambalacho foi obra do génio das
finanças, aquele que a imprensa portuguesa aduladora apelidava do maior CEO, de
seu nome completo Zeinal Abedin Mohamed Bava. É mais um pequeno montante a cair
nos impostos dos portugueses.
- Sinceramente, espero que este Diário seja um dia a referência que os
leitores do futuro consulte de modo a perceberem o dia-a-dia da monstruosa
cabala a que foram sujeitos 10 milhões de portugueses em anos sucessivos,
praticamente desde a revolução de Abril de 1974.