Segunda,
13.
Os
ingleses do futebol, alienados e fanáticos, racistas, autênticos nazis, bêbados
e rascas, descarregam a sua ira, o seu desajuste, a infelicidade de viverem sob
uma organização que tudo controla, nos sectários de outras equipas, arrastando
pela violência um submundo atávico que o futebol desenvolveu e a crise aumentou.
Foi o que aconteceu, em Marselha, este fim-de-semana. Houve muitos feridos, um
estado grave, montras partidas, a cidade a ferro e fogo. Os hooligans
tradicionais de Inglaterra, investiram sobre os adeptos da equipa russa e a
polícia em grande número teve dificuldade em controlar. O quadro mostra bem até
que ponto a união da Europa é uma fantasia. Dá que pensar quando se veem povos
sob o mesmo projecto odiarem-se àquele ponto. Quando outro dia falava dos
despojos futebolísticos, era nisto que pensava, era por isto que não compreendo
o que ganha um país em ter uma competição destas dentro de portas. É uma
barbárie institucionalizada.
- A interrogação é, todavia, mais
larga. Que mundo é este onde temos a pouca sorte de viver. Em Orlando, Flórida,
uma discoteca preferencialmente frequentada por homossexuais, foi atacada por
um único indivíduo em nome da Daesh, fazendo cinquenta mortos e outros tantos
feridos. Um horror! Um vil e cobarde ataque quando se sabe que os gays são em
todo o lado um mote fácil, o elo mais frágil de um mundo frustrado que vive a
frustração acumulando raiva e ódio. A liberdade que eles exibem com orgulho, a
satisfação sensual e o amor por vezes selvagem que os amarra num destino oposto
ao bocejo institucionalizado, são factores de inconformismo difíceis de aceitar
quer nas sociedades desenvolvidas, quer nas em vias de desenvolvimento. Porque
assusta e mexe com padrões estabelecidos no faz-de-conta, na mentira, na
estupidez e na frustração colectiva.
- Dia outonal a seguir a outro onde só
depois das seis da tarde consegui nadar. Aproveitei-o para realizar inúmeros
trabalhos no exterior, saborear o ar fresco como sorvete na satisfação de um
dia intenso de calor.