Sábado, 19.
Como sou muito amigo da classe política,
dou-lhe um conselho: não apareçam nos balneários dos ginásios, piscinas e
quejandos. Não me refiro ao espectáculo dos homens em pelota que disso estou
certo muitos gostariam de assistir, mas ao chorrilho de impropérios que se lhe
dirigem os portugueses amantes do físico e do desporto. Só para levantar uma
ponta do véu, direi que começa em cabrões e trepam por aí cima...
- Aos fins-de-semana como os meus leitores habituais sabem, aproveito
para pequenas habilidades culinárias. Como amanhã vou almoçar com a minha amiga
Madalena Parente a Lisboa, reservei hoje o dia para apurar o Kugelhopf que,
desta vez, saiu muito bem e ainda por cima com direito a dois filhotes que são
o coração do doce macho...
- Vou ficar por aqui. Não vale
a pena amofinar os leitores com a vergonha da democracia brasileira, a pobreza
nacional, o Orçamento de Estado, o contentamento do Presidente da República, o
alinhamento da ladroagem de governantes para a próxima semana, as injustiças, a
saga dos imigrantes a morrerem aos poucos sem dignidade diante das caras
gozadas de Bruxelas, as palestras do novo Marcelo na SIC e assim. Comam com os
olhos o bolo que aqui deixo, imaginem o asneiredo nos balneários dos ginásios e
natatórios, pensem em coisas divinas ou sarcásticas, mas, por favor, façam por esquecer que são portugueses e vivem num petit pays de um bocejo infernal.